A direção neoliberal do Banco do Brasil anunciou logo nos primeiros dias do mês de março mais um plano de reestruturação, cujo objetivo é fechar centenas de agências e demitir milhares de trabalhadores.
O anúncio da reestruturação no BB prevê o fechamento de 112 agências bancárias, 242 postos de atendimento e sete escritórios. 243 agências serão transformadas em postos de atendimento, ou seja, o banco acabará com as agências e as substituirá por um terminal eletrônico.
Apenas oito postos de atendimento serão transformados em agências.
Para completar o pacote de maldades contra os trabalhadores e a população em geral, a reestruturação visa a demitir em massa os trabalhadores através dos famigerados Planos de Demissões “Incentivados” com o Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE).
As medidas de reestruturação da direção do banco são parte de uma política que visa a pavimentar o caminho para a privatização
Para a direção da empresa, tais medidas fazem parte da “principal missão da instituição, como afirmou em sua filosofia corporativa, é ‘ser um banco de mercado, competitivo e rentável“‘ (fonte: BM&CNEWS 01/03/2024). Uma prova de que tais medidas visam à privatização, é que além do fechamento de centenas de agências e da demissão em massa, o banco irá criar 24 unidades especializadas para satisfazer os interesses dos latifundiários do agronegócio, ou seja, um grande negócio para a burguesia.
Nesse sentido, cabe o questionamento de quais foram as mudanças que aconteceram em relação à política da direção do banco com a derrota do bolsonarismo nas eleições de 2022.
No governo Bolsonaro, os banqueiros se sentiram à vontade para passar por cima dos direitos dos trabalhadores e de toda a população, implantaram essa mesma política de reestruturação no banco, o que resultou no fechamento de centenas de agências no País inteiro e demissões em massa. Ademais disto, os trabalhadores e os clientes do banco eram tratados apenas como uma peça do tabuleiro para aumentar os lucros dos parasitas acionistas nacionais e internacionais.
Na atual gestão, podemos afirmar que essa mesma política continua vigorando. No ano de 2022, no mês de março, a direção do banco implementou esse mesmo Plano de Adequação de Quadro (PAQ), com o objetivo era demitir 315 funcionários que se enquadravam no processo de eliminação de postos de trabalho em várias dependências administrativas do banco onde houve alterações de dotações em relação à movimentação de pessoal, ou seja, em unidades com excesso de pessoal. Para isso, nessas dependências foi instalado um clima de terrorismo por parte dos chefetes de plantão, causando um ambiente de completo desespero entre os funcionários, e aqueles que não aderiram ao plano de demissão passaram a ser perseguidos pelas chefias, perdendo as suas funções comissionadas.
Dessa forma, o PAQ é mais um instrumento da política neoliberal de absoluta liquidação do Banco do Brasil como empresa pública. No mesmo sentido, o fechamento de agências de departamentos é parte da liquidação do Banco do Brasil como instrumento de desenvolvimento do País.
O Brasil conta com mais de 214 milhões de habitantes espalhados nos 5.570 municípios e a política do banco vai no sentido contrário aos interesses da população, principalmente naquelas localidades das populações mais humildes.
Mas essa reestruturação no Banco do Brasil não deixa de ser mais um instrumento da política neoliberal de absoluta liquidação do banco como empresa pública. Igualmente, é mais uma medida cujo objetivo é a preparação do “terreno” rumo à privatização do banco.
Para piorar o quadro, as direções sindicais, até o presente momento, não se pronunciaram, não moveram uma palha sequer sobre o que está em andamento no banco, assunto esse de extrema gravidade, tanto para os trabalhadores bancários do BB, quanto para à população em geral.
O que está acontecendo no BB (e também na CEF que acaba de anunciar mais um plano de demissão para jogar no olho da rua 3.200 bancários) mostra que o governo Lula é refém dos especuladores do sistema financeiro e dos capitalistas, que não se importam nem um pouco com a população, e que a burguesia busca a todo custo controlar o mercado e, para isso, os banco públicos são uma pedra no seu caminho.
Diante de mais esse ataque, as entidades de luta dos trabalhadores bancários devem organizar, imediatamente, os trabalhadores do BB em gigantescas e permanente mobilizações contra os ataques da direção do banco, que implanta uma política de favorecimento a meia dúzia de banqueiros e capitalistas parasitas que vivem às custas da exploração dos trabalhadores e de todo o povo brasileiro.





