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Oriente Médio

Dilúvio de al-Aqsa, um ano de Revolução na Palestina

Após um ano de luta na Faixa de Gaza, o Hamas e os palestinos nunca estiveram tão perto da vitória, a liquidação do Estado de “Israel” é algo cada vez mais concreto 

O dia 7 de outubro será lembrado eternamente como um dos mais gloriosos dias da história da humanidade. Neste dia, o povo de um pequeno país, de dentro de um campo de concentração financiado pelos governos mais poderosos da história, decidiu dar um basta. De dentro da Faixa de Gaza, o Hamas lançou a operação Dilúvio de al-Aqsa e derrotou o Estado de “Israel” de forma tão fulminante que colocou sua existência em xeque. É uma das maiores conquistas dos oprimidos em toda a história.

Desde o 7 de outubro, a Faixa de Gaza se tornou o principal campo de batalha da política mundial. Assim como durante a Segunda Guerra Mundial, quando a cidade soviética de Stalingrado (descrita pelo poeta Carlos Dummond de Andrade como “miserável monte de escombros”) se tornou o epicentro da luta revolucionária contra o imperialismo, Gaza hoje ocupa o mesmo espaço. A derrota de “Israel” em Gaza será a origem de revoluções em todo o Oriente Médio, assim como a derrota do nazismo criou revoluções em toda a Europa. A diferença é que ao contrário do stalinismo, o Hamas é um verdadeiro partido revolucionário, o que tem levado grande temor ao imperialismo.

Militarmente, a operação foi genial. As brigadas al-Qassam pegaram os israelenses totalmente desprevenidos. Conquistaram bases militares inteiras, chegaram onde a resistência nunca havia chegado. A humilhação de “Israel” foi tão grande que eles no mesmo dia lançaram uma violência tão brutal que assassinaram os seus próprios cidadãos. Muitos meses depois, a própria imprensa israelense teve de admitir que as mortes de civis do 7 de outubro haviam sido causadas pelo exército de “Israel”.

Então começaram os bombardeios genocidas da Faixa de Gaza. Isso não foi capaz de enfraquecer a Revolução Palestina, pelo contrário, o mundo inteiro se unificou em torno de Gaza, e um número cada vez maior de pessoas compreende que o Hamas, a Jiade Islâmica, a FPLP, a FDLP, as Brigadas dos Mártires de al-Aqsa e todas as organizações palestinas armadas são os verdadeiros heróis da humanidade contra o nazismo sionista.

O exército de “Israel” hesitou muito em invadir Gaza, sabendo que seria derrotado. Ainda assim invadiu, pois era impossível deixar a humilhação que foi o 7 de Outubro passar em branco, sem conseguir outro resultado do que demonstrar toda a força do Hamas e da tenacidade da Resistência Palestina. Todos os dias, os vídeos de combatentes destruindo tanques de milhões de dólares com foguetes e bombas caseiras circulavam nas redes sociais, comprovando como “Israel” foi totalmente incapaz de combater o exército revolucionário da Palestina, apesar da superioridade tecnológica.

E assim passou um ano de guerra e genocídio. A cada dia que resistiu e que não se rendeu, o Hamas se mostrou mais forte, levando a uma crise da ditadura sionista e arrastando junto, os países imperialistas que a sustentam. Os protestos de rua são quase permanentes em “Israel”. Ao mesmo tempo, a extrema-direita cresce exponencialmente, é a desagregação total do regime.

O Estado se choca com a população de 1,2 milhões de judeus ultraortodoxos por meio do alistamento militar obrigatório, o que abriu uma crise que muitos no interior do país artificial temem desencadear uma fratura social irreversível. Acompanhando a cisão na sociedade, a economia está sendo totalmente destruída, o turismo e a construção civil estão totalmente paralisadas, mais de 50 mil empresas faliram e o Produto Interno Bruto (a soma de todas as riquezas produzidas por uma sociedade) chegou a despencar mais de 20% nos meses que se seguiram, recuperando-se parcialmente, mas com expectativa de fechar 2024 com “crescimento” de 1% . O Estado sionista está em colapso, ele se sustenta no dinheiro dos EUA, mas isso não pode durar para sempre.

O Eixo da Resistência também foi crucial nessa vitória do Hamas. As demais frentes que lutam contra “Israel” geraram enormes crises. O Hesbolá iniciou o processo de libertação no norte da Palestina ocupada, o Iêmen bloqueou o Mar Vermelho, na Cisjordânia a ocupação está ameaçada de existência, os iraquianos começaram a atacar diretamente o território de “Israel”. É crise em cima de crise e não há saída fora a rendição sionista em Gaza, que levará a uma gigantesca derrota política do Estado de “Israel”.

O imperialismo também sofreu um baque gigantesco. Teve de sustentar um genocídio por um ano. O governo de Biden, Macron, os governos conservadores e trabalhistas da Inglaterra, o governo alemão mostraram sua face genocida ao mundo. Os trabalhadores de todo o planeta se levantaram em defesa de Gaza e assim se chocaram diretamente com o imperialismo, é um gigantesco avanço de consciência de centenas de milhões de pessoas. Essa é a força da Revolução Palestina, essa é a força do Hamas.

A agonia do sionismo

Em desespero total, o sionismo partiu para a política de massacres e assassinatos. O principal alvo foi a Faixa de Gaza, mas desde então “Israel” também bombardeou a Síria, o Iêmen e o Líbano e em breve pode bombardear o Iraque. Mas, além disso, lançou uma política de assassinatos contra as lideranças da resistência. A lista de mártires é enorme. No caso da resistência palestina os principais foram dois importantes dirigentes do Hamas, Salé al-Arouri e Ismail Hanié, o principal diferente do Hamas.

Mas isso apenas fortaleceu o partido palestino. O Hamas escolheu como seu novo líder o principal arquiteto do Dilúvio de al-Aqsa, Iahia al-Sinuar, o homem mais perseguido do mundo, o dirigente do Hamas na Faixa de Gaza. Foi uma gigantesca demonstração de força, “Israel” pode assassinar as lideranças da resistência, pois elas serão substituídas por pessoas ainda mais determinadas.

O Estado de “Israel” chegou a beira da desintegração com a guerra em Gaza. Todos admitem que não há como derrotar o Hamas, que a organização está ainda mais forte após um ano de guerra. A guerra gera uma pressão gigantesca sobre o Estado sionista mas o sionismo tem ainda mais medo do que será após a derrota em Gaza. Todas as contradições de “Israel” serão impulsionadas ainda mais, pois a sociedade não estará voltada para as guerras, alguns falam de guerra civil em “Israel”, é um cenário de fim da linha para o sionismo.

Assim, o Hamas e a luta dos palestinos em Gaza segue sendo o centro da luta política mundial e obriga o imperialismo a realizar outras ofensivas, como a que está acontecendo no Líbano, na tentativa de não ser derrotado em Gaza. O Estado sionista se envolve em cada vez mais confrontos, estica cada vez mais as suas forças e não apresenta nenhuma recuperação, nenhuma vitória política real. O dinheiro dos EUA é o que sustenta “Israel”, mas em algum momento isso não será o suficiente.

Os palestinos, que conhecem muito bem seu inimigo, que lutaram contra o sionismo por quase 110 anos, estão muito conscientes de que a vitória nunca esteve tão perto. Que neste momento basta continuar resistindo, continuar lutando, pois o colapso do Estado sionista está próximo. Tudo isso começou com o glorioso 7 de outubro, com o Dilúvio de al-Aqsa, um dilúvio que limpará o mundo de uma das piores monstruosidades criadas pelo imperialismo em toda a sua história, o sionismo.

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