O impressionante dinamismo econômico da China atual contrasta fortemente com a estagnação que o país enfrentava na época de Karl Marx, que se referia à China como um “fóssil vivo” devido à sua falta de progresso. Marx, ao observar a China no século XIX, via um país sólidamente dominado por uma burocracia, sustentada no modelo asiático de produção em um primeiro momento e no imperialismo depois, o que constituía um entrave ao avanço econômico e social.
No entanto, a Revolução Chinesa de 1949 transformou radicalmente esse panorama, libertando as forças produtivas do país e impulsionando um desenvolvimento nacional que serve de exemplo para outras nações em desenvolvimento, como o Brasil. A Revolução Chinesa, liderada pelo Partido Comunista Chinês, foi um marco decisivo na história da China. Antes da revolução, a China estava sob uma combinação de domínio colonial e controle imperialista, o que represava o imenso potencial econômico de um dos maiores países do mundo, com mais de 9,59 milhões de quilômetros quadrados (o Brasil, a título de comparação, tem cerca de 1 milhão de km² a menos).
A revolução não só derrotou o regime corrupto do partido Kuomintang, como também derrotou o vampirismo dos monopólios norte-americanos e europeus, estabelecendo um novo sistema baseado na primazia do interesse nacional. Com a reforma agrária, a nacionalização de indústrias-chave e o controle estatal sobre os setores econômicos fundamentais, a China começou a liberar suas forças produtivas.
A partir desse ponto, a economia chinesa começou a se reestruturar e a crescer de maneira acelerada, tirando o país da submissão ao imperialismo e lançando as bases para o desenvolvimento nacional que impressionaram Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO). Comentando a viagem recente que a direção do Partido fez ao gigante asiático, o dirigente marxista disse:
“Um ponto interessante também é a comparação com o Brasil. A China é o que o Brasil poderia ser e não consegue por causa do vampirismo econômico e político do imperialismo. A economia chinesa é muito dinâmica e isso se deve ao fato de que a economia é colocada a serviço do país.”
Em contraste, o Brasil enfrenta uma realidade diferente. O país foi palco de um processo de privatização e entrega de suas principais empresas nacionais para o capital estrangeiro e especuladores. Empresas importantes para impulsionar o desenvolvimento da infrastrutura brasileira, construídas com recursos e esforços brasileiros, porém dadas de graça para pirataria estrangeira. Disse Pimenta:
“O Brasil fez empresas gigantescas como a Eletrobrás, que foi dada de graça aos especuladores, que nunca pisaram no País, compraram um papel que é uma ação da Bolsa de Valores, alguns compraram isso há 20 anos e até hoje estão recebendo dinheiro de uma empresa que não ajudaram a construir. Eletrobrás, Petrobrás, Telebrás que a maioria dos jovens sequer ouviu falar, a Vale do Rio Doce, entre outras empresas que foram construídas por brasileiros e hoje são fonte de renda para pessoas que sequer sabem onde fica o Brasil.”
Este processo resultou em uma situação onde gigantes econômicos brasileiros, fundamentais para o desenvolvimento nacional, agora servem como fonte de lucro para aqueles que nunca contribuíram para a construção dessas empresas. Resultado direto da submissão ao imperialismo, o Brasil está preso em um ciclo de estagnação, onde um sistema político orientado a saquear completamente do gigante latino, sufocando o potencial de crescimento e desenvolvimento brasileiro.
Por sua vez, a China tem experimentado um crescimento econômico robusto, com uma taxa média superior a 10% ao ano entre 1980 e 2010, o que não só transformou o país em uma potência global, mas também permitiu um impressionante programa de investimentos na África, com um valor estimado em cerca de US$50 bilhões. Esse dinamismo econômico e a capacidade de financiar projetos internacionais de grande escala refletem a força e a resiliência da economia chinesa, que tem sido impulsionada por políticas de desenvolvimento interno e estratégias de investimento externo bem-sucedidas.
A comparação entre o dinamismo da economia chinesa e a estagnação brasileira revela uma clara lição: a necessidade de uma revolução social, imprescindível para colocar a economia a serviço do país e não do capital imperialista. A experiência chinesa demonstra que o desenvolvimento sustentável é possível quando uma nação consegue libertar suas forças produtivas da influência externa, controlando seus próprios recursos e indústrias.
Com sua política de planejamento econômico e nacionalização, a China criou uma base sólida para um crescimento dinâmico e sustentado. O Brasil, ao contrário, tem enfrentado um processo de desindustrialização e enfraquecimento de suas capacidades produtivas, refletindo a influência destrutiva do imperialismo e das políticas neoliberais.
Essas comparações e análises são essenciais para compreender os caminhos que o Brasil poderia seguir para reverter sua estagnação e alcançar um desenvolvimento real. No próximo dia 19, às 12h30, a Causa Operária TV estreará o programa Diários de Viagem, onde o presidente nacional do PCO, compartilhará suas impressões detalhadas e informações valiosas obtidas durante sua visita à China.
O programa abordará a fundo como a experiência chinesa e o que o Brasil pode aprender para superar as limitações impostas pelo imperialismo e retomar o caminho do desenvolvimento. Não perca a oportunidade de entender melhor as lições da China e as perspectivas para o futuro do Brasil.