“O conjunto da resistência, com sua ação e trabalho unidos, é exemplar e deve ser apoiado, pois é o caminho mais próximo para derrotar as forças de ocupação militar em Gaza”. É isso que Jamil Kasem, dirigente da Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP) e membro do Conselho Nacional Palestino, afirmou para o Diário Causa Operária (DCO).
Em entrevista com nossos correspondentes presentes no II Encontro Europa por Cuba, Kasem discutiu a importância que o 7 de outubro teve para a luta contra o sionismo, afirmando tratar-se de um “fato histórico que marcará um antes e depois para o futuro de nosso povo”.
Além disso, o dirigente palestino falou sobre a união da resistência armada da Palestina na luta contra a ocupação sionista.
“Todas as formações políticas estão unidas, principalmente dentro do que é Gaza. Os que participam da resistência armada palestina estão todos sob um departamento comum, chamado de resistência”, disse.
Confira, abaixo, a entrevista exclusiva na íntegra:
Diário Causa Operária: Qual foi a importância do 7 de outubro na luta contra o sionismo?
Jamil Kasen: É uma expressão da força de um povo que ao longo da história do movimento de libertação palestino acumulou recursos, experiências e inteligência para preparar um golpe sem precedentes na história dos movimentos de libertação, dada a enorme oposição das forças inimigas. Quando um grupo de quase mil combatentes rompe esse muro de segurança, militarismo, espionagem e lendas, isso tem grande importância pelo que vem a seguir. Primeiramente, abriu quase todas as portas para uma ampla luta do movimento de resistência palestino, unindo quase toda a população palestina em Gaza. Despertou um sentimento no mundo árabe e na região em apoio à luta do povo palestino, gerando uma conscientização global apoiada por diversas forças políticas em todo o mundo. Portanto, é considerado um fato histórico que marcará um antes e depois para o futuro de nosso povo.
Diário Causa Operária: Como você vê o futuro da luta contra o sionismo a partir de 7 de outubro?
Jamil Kasen: Primeiramente, as grandes mentiras que o sionismo vinha vendendo ao setor sionista estão desmoronando. Hoje, a população judaica não vê mais o Estado como seguro, legal ou representativo do judaísmo, devido à oposição de diversos setores do jiadismo mundial. Além disso, vemos uma mudança de muitos países que agora defendem um Estado independente para o povo palestino. O que está acontecendo em Gaza está aproximando o povo palestino de suas vitórias, discutindo a possibilidade de um Estado palestino em conferências internacionais para uma solução pacífica. Isso está provocando mudanças significativas até mesmo dentro do setor sionista, com divergências claras sobre continuar ou parar os assassinatos. Graças à resistência palestina, houve uma mudança importante em todas as estruturas mundiais, e agora a questão palestina é destaque. As ruas ecoam com o apoio à Palestina, afetando o Estado sionista de Israel, que busca saídas devido às pressões globais e à firme resistência do povo árabe em apoio à luta palestina. A narrativa de que o sionismo é invencível está sendo questionada, e o Estado sionista está em uma situação difícil, buscando soluções após não alcançar seus objetivos.
Diário Causa Operária: Como ocorreu a unidade entre as organizações envolvidas na luta armada?
Jamil Kasen: Todas as formações políticas estão unidas, principalmente dentro do que é Gaza. Os que participam da resistência armada palestina estão todos sob um departamento comum, chamado de resistência. Embora o Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas, seja o mais forte e lidere essa luta, há uma unidade exemplar no combate, o que valoriza muito a resistência, causando danos às forças inimigas. A unidade no terreno está se destacando, aproximando a resistência e enfraquecendo as forças inimigas, causando muitas baixas. Nos últimos quatro meses, houve mudanças táticas e a resistência enfrenta agora menos apoio logístico externo. O conjunto da resistência, com sua ação e trabalho unidos, é exemplar e deve ser apoiado, pois é o caminho mais próximo para derrotar as forças de ocupação militar em Gaza.