Segundo informe do gabinete do primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani, nesta sexta-feira (5), o governo do Iraque está iniciando o processo para retirar do país a coalizão militar internacional liderada pelos EUA.
“O governo está definindo a data para o início do comitê bilateral para tomar providências para encerrar permanentemente a presença das forças da coalizão internacional no Iraque”, afirmou o comunicado.
O imperialismo norte-americano abriga 2.500 soldados em suas bases militares no país árabe, enquanto na Síria os Estados Unidos ainda possuem 900 combatentes.
O comunicado foi expresso um dia depois do ataque dos EUA que matou um líder de milícia pró-Irã em Bagdá, provocando uma dura resposta do governo iraniano. “Enfatizamos nossa firme posição de encerrar a existência da coalizão internacional após o fim das justificativas para sua existência”, disse Sudani no comunicado.
O pedido de retirada das tropas dos Estados Unidos impõe outra derrota grave do sionismo, sendo provocado pela resistência em Gaza, o fato indica que não deve demorar para que as tropas e bases dos EUA na Síria se retirem também.
O ocorrido acontece pouco tempo depois que o imperialismo norte-americano organizou uma frota naval para desbloquear o controle dos Hutis no Mar Vermelho. Porém, sua atuação no terreno aponta que tudo não passou de mais um jogo de cena, já que as forças imperialistas estão, na prática, apenas desviando os navios, pois não têm condições de enfrentar a resistência local.
Caso a situação evolua, essa crise pode se tornar uma nova desmoralização para os Estados Unidos, e toda vez que o imperialismo sofre uma derrota a tendência a rebelião em toda região se multiplica rapidamente. Cada demonstração de fraqueza faz com que grupos ainda indecisos se sintam fortalecidos para derrubar o imperialismo e os governos lacaios que ainda comandam grande parte dos países árabes. Países como a Jordânia, Arábia Saudita, entre outros. A tendência revolucionária das massas tende a crescer em todos os lugares. E o atentado no Irã pode significar justamente isso, com Israel buscando ampliar a guerra com a presença dos EUA.
Outro sintoma desta crise está na declaração do ministro da defesa de Israel, que falou que o objetivo é executar os dirigentes do Hamas e resgatar os reféns, um sinal de fraqueza, dado que já afirmaram que iriam destruir toda faixa de Gaza. Fato é que é mais fácil assassinar aqueles que não estão em Gaza do que ganhar no campo de batalha em uma tentativa frágil de desarticular o Hamas.
Sobre o assunto, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária destacou que “se os EUA sairem de Iraque e Síria, isso irá fortalecer as posições xiitas dentro da Síria. É algo importante pois estamos na véspera de acontecimentos muito significativos (…) Os iranianos estão buscando fazer uma campanha em torno do general Soleimani, algo que indica ser uma preparação de novas operações.”
O líder do Hesbolá também afirmou que se a resistência em Gaza tivesse sido derrotada de imediato ninguém estaria falando nada. Sem a resistência armada ficaria apenas o povo martirizado. O enfrentamento militar é decisivo, e “Israel” não conseguiu nenhum resultado militar até agora. No Líbano há praticamente uma guerra, e a avaliação do Hezbollah é que eles podem recuperar o território perdido para Israel em conflitos anteriores, reforçando o fato de que os sionistas não conseguiram nada até o momento, e com a investida de mais países no conflito a tendência é que se abra um movimento de características revolucionárias na região.



