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Guerra na Palestina

7 de outubro: mais denúncias de que ‘Israel’ executou seus civis

Jornais israelenses repercutem e até a ONU reconhece "fortes indícios" de que "histeria louca" no dia 7 levou sionistas a atacarem tudo, bombardeando e matando a própria população

Em nova denúncia da aplicação da famigerada “Diretriz Aníbal” pelas forças armadas de “Israel”, o sítio libanês Al Mayadeen publicou matéria intitulada Israelis widely used Hannibal directive on Oct.7: Israeli report (4/7/2024), reproduzindo denúncia do jornal israelense Haaretz, segundo o qual a Força Aérea israelense atacou pelo menos três instalações militares e postos avançados durante a operação “Dilúvio de al Aqsa”, empreendida pela Resistência Palestina no dia 7 de outubro do ano passado. Durante o ataque, o órgão informou que os israelenses abriram fogo contra a barreira de separação murada que divide o território palestino e “Israel”, enquanto israelenses capturados pelos guerrilheiros palestinos eram levados para Gaza.

Segundo a fonte do Comando Sul de “Israel” ouvida por Haaretz, a região alvejada deveria se tornar uma “zona de morte”, de modo a garantir a ordem do comando, que na sequência da ação realizada pela Resistência, estabeleceu que “nem um único veículo pode retornar a Gaza”, nem que para isso, precisassem recorrer ao assassinato de compatriotas. Embora negado por “Israel”, essas instruções são conhecidas como a “Diretriz Aníbal”.

O nome é uma referência ao general cartaginês homônimo, que preferiu a morte por envenenamento a ser pego pelo Império Romano. Essa política estabelece um fim similar dado pelos sionistas a quem for raptado pela Resistência, recorrendo, é claro, ao assassinato dos israelenses pegos.

Demonstrações da sua aplicação remetem ao período da invasão israelense do Líbano, quando militares das forças sionistas matavam companheiros em vias de serem capturados, de modo a evitar o desgaste político causado pela situação. Na atual crise, envolvendo os sequestrados pelo Hamas e demais partidos da Resistência, sobram evidências que a diretriz fora aplicada não apenas contra militares, mas também contra civis.

A investigação do Haaretz baseou-se em registros e depoimentos de soldados, comandantes de nível médio e sênior das forças armadas sionistas, e em dados indicando que muitos dos prisioneiros foram submetidos a tiros israelenses e “estavam em perigo”. Conforme o órgão israelense, os comandantes israelenses tomaram decisões no início de 7 de outubro com base em informações não verificadas, com uma fonte citando uma “histeria louca” na ocasião, acrescentando que “ninguém tinha ideia do número de pessoas sequestradas ou de onde estavam as forças do exército”.

Em junho desse ano, um relatório da ONU reconheceu a existência de “fortes indícios”, de que a Diretriz Aníbal fora utilizada no dia 7 de outubro, conforme matéria publicada pelo jornal britânico The Telegraph:

“O relatório da comissão da ONU que investigou o ataque a Israel e a subsequente guerra em Gaza documentou ‘fortes indícios’ de que a ‘Diretiva Aníbal’ foi usada em várias ocasiões naquele dia ‘ferindo israelenses ao mesmo tempo em que atingia militantes palestinos’” (“Israel killed own citizens on October 7 in ‘Hannibal Directive’, UN claims”, The Telegraph, Nicola Smith, 13/6/2024).

Criada em 1986, a existência da Diretriz fora constatada pelo major Avner Shiftan, médico do exército que se deparou com a diretriz enquanto estava na reserva no sul do Líbano em 1999. Em relatórios do exército, ele “tomou conhecimento de um procedimento ordenando que os soldados matassem qualquer soldado das FDI [como os israelenses chamam as forças armadas sionistas] se ele fosse levado cativo pelo Hesbolá. Este procedimento me pareceu ilegal e não condizente com o código moral das FDI. Entendi que não se tratava de um procedimento local, mas originado no Estado-Maior, e tinha a sensação de que uma abordagem direta às autoridades do Exército seria inútil, mas terminaria em um encobrimento” (“Shots across the bow”, Haaretz, 8/5/2003).

Muitas vezes tratada como mero boato, em matéria de 2006, o jornal sionista The Jerusalem Post descreveu a ordem como um procedimento padrão “rumoroso” na eventualidade de uma tentativa de sequestro: “os soldados são informados, embora nunca oficialmente, do conteúdo desta ordem”.

“Fala-se em voz baixa durante as horas mortas antes do amanhecer de um turno de guarda particularmente solitário, o ‘Nohal Hannibal’ – a Diretriz Aníbal – o procedimento padrão que, segundo rumores, ocorre na eventualidade do sequestro de um soldado da FDI. Nesse caso, os soldados são informados, embora nunca oficialmente, que seus companheiros receberão a ordem de atirar e disparar contra a equipe sequestradora, sem levar em consideração a vida do pobre soldado. O raciocínio subjacente é que a nação pode cobrar seu preço pela vida dos soldados, mas o destino incerto de um militar sequestrado é quase insuportável demais” (“Comment: The Entebbe Syndrome”, Anshel Pfeffer, 25/6/2006).

A “Diretriz” tal como descrita foi negada em 2011, por Benny Gantz, à época, chefe do Estado-Maior das forças sionistas. O ex-membro do gabinete de guerra organizado pelo governo afirmou na ocasião que a diretriz não permitia matar soldados israelenses para evitar sequestros. Em 2016, foi noticiado que a diretriz havia sido extinta, porém, uma investigação do jornal israelense Yedioth Ahronoth indicou que o método fora usado em situações envolvendo civis que não integravam o Exército.

Um exemplo relatado ocorreu entre os assentamentos de Otaf e a Faixa de Gaza, onde veículos foram alvejados por tropas israelenses, resultando na morte de combatentes palestinos e possivelmente também de reféns civis.

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