A ofensiva do imperialismo contra a liberdade de expressão atinge novos patamares a cada dia. Nesta semana, o governo da Austrália proibiu o acesso à internet para menores de 16 anos, uma medida que, sob o pretexto absurdo e ridículo de “proteção”, serve, na prática, para restringir a expressão e o livre acesso à informação da juventude, um dos setores mais ativos e revolucionários da sociedade. E isso é apenas um exemplo. Por todo o mundo, ataques contra a liberdade de expressão surgem, numa demonstração de que essa é uma política decidida e organizada do imperialismo mundial, e não apenas um capricho de alguns poucos juízes e governantes pelo mundo.
No Brasil, já se vive sob o regime da opressão e do silêncio total. Um dos episódios mais recentes envolve o influenciador Monark, condenado à prisão simplesmente por criticar e debochar do ministro Flávio Dino, a quem chamou de “gordola”. E a lista de perseguidos cresce: artistas e comediantes de extrema-direita começaram, sendo alvos de processos judiciais por suas opiniões e piadas, agora já vemos ativistas de esquerda como Breno Altman, o judeu que é processado por antissemitismo. Além disso, sob o regime de “Adolf” Dino, livros estão sendo censurados, e quem levanta sua voz contra esses ataques corre o risco de enfrentar uma resposta feroz do sistema.
A censura é especialmente intensa contra aqueles que ousam denunciar os crimes cometidos pelo imperialismo. Muitos que tentam denunciar o genocídio cometido contra os palestinos são duramente combatidos. Mesmo assim, dado o tamanho da crise no Oriente Médio, ainda há uma infinidade de pessoas denunciando essa situação, que já está insustentável. Essa repressão é a chave da censura global. Enquanto a população tenta expor os fatos, a resposta é uma intensificação da censura, de forma sistemática. Afinal, o imperialismo prepara um conflito global em larga escala, direcionando uma ofensiva bélica contra os países atrasados que representam um problema para sua política – em especial, Rússia, Irã e China. A censura internacional serve justamente para impedir que essas movimentações sejam denunciadas ou compreendidas pelo público.
O silêncio das forças progressistas e de esquerda em relação a essa escalada é escandaloso, mas se dá porque uma parte da esquerda embarcou na política de censura por medo da extrema-direita. Historicamente, os revolucionários sempre estiveram na linha de frente na defesa da liberdade de expressão, pois sabem que se trata, não apenas de um direito do povo trabalhador, mas também, de uma de suas principais armas contra a burguesia. Hoje, porém, a esquerda mundial abandonou essa luta, rendida às pressões do imperialismo que usa a política identitária como uma ferramenta de controle. A falência dessa política, no entanto, é evidente: o recente fracasso eleitoral de Kamala Harris nos EUA é uma prova disso.
Agora é o momento de aproveitar essa derrota e lutar para enterrar o identitarismo de vez e retomar a bandeira da liberdade de expressão, uma bandeira pela qual os revolucionários sempre lutaram. O imperialismo irá aumentar cada vez mais sua ofensiva, e só haverá uma resposta digna: a mobilização da população e da classe operária contra esses que são os maiores criminosos do mundo, o que só será possível com a denúncia dos seus crimes.