Brasil

Declaração de Lula coloca o Brasil em oposição ao sionismo

Lula, ao comparar com o nazismo o genocídio que "Israel" comete contra os palestinos, expôs quem são os funcionários do sionismo no País

Neste domingo (18), Lula acertou ao comparar o genocídio que “Israel” comete contra os palestinos na Faixa de Gaza com o que a Alemanha Nazista cometeu contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. Em sua declaração, o presidente disse expressamente que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.

A declaração foi dada em coletiva de imprensa na Etiópia, no último dia da viagem do presidente pelo continente africano. Durante a visita à Etiópia, Lula participou da cerimônia de abertura da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana e participou de quatro reuniões bilaterais com chefes de Estados do continente.

Na coletiva, Lula ainda deixou claro que se trata de um genocídio, pois, do lado de “Israel”, são soldados matando mulheres e crianças. E ainda denunciou a ação genocida do imperialismo de cortar financiamento da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA, na sigla em inglês), sob o pretexto de a organização ser utilizada para financiar o Hamas. Assim, frisou que o governo brasileiro continuará enviando ajuda à organização.

Resumindo, apesar de dizer que o governo condenou a ação da resistência no dia 7 de outubro, o ponto principal foi a condenação que Lula fez do genocídio que “Israel” comete contra os palestinos, e que isto é equivalente ao nazismo. Assim, o presidente assumiu uma política melhor do que a que estava adotando.

Não coincidentemente, absolutamente todos os setores mais reacionários do Brasil, da direita à extrema direita, começaram a desferir ataques contra Lula. Isto, por si só, já mostrou o acerto da posição de Lula, pois jogou luz sobre todos os agentes do sionismo no Brasil.

Novamente se desmascarando como direitista, Tábata Amaral, política de laboratório criada por Jorge Paulo Lemann, condenou a declaração do presidente Lula.

O ministro bolsonarista do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça também não perdeu a oportunidade: durante um culto evangélico, condenou as declarações do presidente, dizendo que o Brasil abandonou uma posição de neutralidade.

Como não podia deixar de ser, a Confederação Israelita do Brasil (Conib), entidade que move processos judiciais para censurar o Partido da Causa Operária (PCO) e seus dirigentes, e também o jornalista Breno Altman, simplesmente porque eles denunciam o genocídio perpetrado por “Israel”, publicou nota repudiando “declarações infundadas do presidente Lula comparando o Holocausto à ação de defesa do Estado de Israel contra o grupo terrorista Hamas”. Na nota, a confederação diz cinicamente que “Israel” “está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas”.

Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI) condenou o fato de que o governo brasileiro irá doar ajuda humanitária à UNRWA, dizendo que a conduta de Lula é lamentável, pois “o que esse governo está fazendo é instituindo a bolsa atentado”. Mais um sionista desmascarado.

Contudo, o mais grave não foram as declarações por si, mas fatos concretos.

O Partido Novo, por exemplo, apresentou uma notícia-crime contra Lula. Por que razão? Justamente por causa do anúncio de que o governo irá continuar enviando ajuda humanitária à Palestina através da agência da ONU, citada acima. Segundo informações do portal de notícias R7, o Novo alega em sua representação que Lula incorreu na prática de terrorismo. Segundo a advogada do partido, Carolina Sponza, “o Novo vê o ato do presidente Lula com preocupação, pois […] o Brasil sinalizar um aumento mostra para toda a comunidade internacional que somos cúmplices do terrorismo”. Aí está mais um motivo por que a esquerda não deve apoiar leis contra o “terrorismo”.

No âmbito da extrema direita, o bolsonarismo, que tanto se diz defensor da liberdade da expressão, e antiglobalistas, saíram em defesa de “Israel”, do sionismo. Um grupo de mais de 40 deputados federais apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está protocolando um pedido de impeachment contra Lula.

Naturalmente, o genocida Benjamin Netaniahu também se manifestou contra a correta posição de Lula. O sionista nazista, assassino de palestinos, disse que “uma linha vermelha foi cruzada”. E quando ele assassinou mais de 30 mil palestinos, uma linha não foi cruzada?

O governo sionista, então, declarou Lula persona non grata em “Israel”, anúncio que foi feito pelo ministro de Relações Exteriores, Israel Cats, em seu perfil do X (antigo Twitter). 

Em resumo, ao enfrentar o sionismo, mesmo não assumindo uma posição de defesa da resistência armada, Lula comprou briga contra toda a burguesia brasileira e seus políticos.

Contudo, muitos saíram em defesa do presidente Lula. Uma demonstração de que a oposição e a vontade de lutar contra o sionismo e em defesa do povo palestino no Brasil não só é forte, como tende a crescer.

A respeito da classificação de Lula como persona non grata, Celso Amorin declarou, acertadamente, que “isso é coisa absurda. Só aumenta o isolamento de ‘Israel’. Lula é procurado no mundo inteiro e no momento quem é [persona] non grata é ‘Israel’”.

No mesmo sentido, a Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), uma das organizações brasileiras que está à frente da luta contra o sionismo no Brasil, publicou nota declarando que “o silêncio dos que se acovardaram diante de Hitler não é o de Lula hoje diante do holocausto palestino“.

Para aqueles que tentam igualar o sionismo ao judaísmo, o grupo de judeus ortodoxos do Torah Judaism saiu em defesa de Lula, com publicação em suas redes afirmando que “Israel” é muito pior que os nazistas:

O jornalista Breno Altman, que também é membro do Partido dos Trabalhadores (PT), disse que “Lula está certo e o regime sionista cheira a Hitler”. Altman, que vem sendo perseguido há meses pela Conib e pelo poder Judiciário brasileiro, que está infestado de sionistas, também sugeriu ao presidente que rompa as relações diplomáticas com o Estado nazista de “Israel”:

“Presidente Lula, com todo respeito e absoluta solidariedade frente a Netanyahu, não seria o momento de romper relações diplomáticas com o Estado de Israel e os acordos comerciais, a exemplo da África do Sul e outras nações, adotando medidas práticas contra o genocídio?”

É claro, Rui Costa Pimenta, presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Partido que está na vanguarda da luta contra o sionismo no Brasil, explicou em seu perfil do X (antigo Twitter) a importância da fala de Lula, ainda mostrando a necessidade do povo brasileiro se mobilizar nas ruas contra o sionismo:

“Fala de Lula comparando a ação israelense em Gaza com o nazismo é da maior importância, porque justamente coloca o dedo na ferida. Ninguém quer dizer nada. Assistem complacentes ao genocídio de um povo como se fosse uma coisa banal.

 A reação de Netaniahu e outros sionistas assassinos e covardes no Brasil e no exterior não tem a menor importância. São defensores do assassinato em massa de mulheres e crianças e ainda por cima querem se passar por vítimas. É repugnante.

“Israel” convocou seu embaixador. Que fique lá, que não volte nunca mais, porque o Brasil já tem criminosos o suficiente e não precisa de genocidas. Lula deveria convocar o embaixador brasileiro e romper ligações com um pseudo país especializado em martirizar um povo.

Os bolsonaristas que pedem o impeachment do presidente estão no seu papel porque defendem o regime militar de assassinos e torturadores.

O que está faltando é um amplo chamado para ir às ruas para mostrar o repúdio massivo do povo brasileiro a esses criminosos da maneira mais clara possível. Dia 22, estamos convocando todos a se manifestar na reunião do G20 no Rio de Janeiro contra os países que aprovam, apoiam, financiam e armam os sionistas genocidas.”

Vale ressaltar ainda que o Movimento de Resistência Islâmica, mais conhecido como Hamas, agradeceu a Lula por se colocar contra o nazismo de “Israel”, deixando claro que a fala do presidente “é uma descrição precisa daquilo a que o nosso povo está exposto e revela a enormidade do crime sionista cometido com disfarce e apoio aberto pelo governo norte-americano”, conforme já noticiado por este Diário:

Hamas agradece Lula por se colocar contra nazismo de ‘Israel’

Ao condenar a declaração de Lula, Netaniahu disse que iria convocar o embaixador brasileiro em “Israel” para um “dura conversa de repreensão”.

Contudo, Lula chamou de volta para o Brasil o brasileiro em Telavive Frederico Meyer e, ainda, em reunião de emergência realizada nesta segunda-feira (19), no Palácio da Alvorada, Lula decidiu que não irá se retratar de suas declarações, novamente uma posição acertada, e que contribui para impulsionar as mobilizações populares em defesa da Palestina no Brasil.

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