Um levantamento exclusivo feito pela agência de dados e estatísticas do Diário Causa Operária, a DataDCO, comprovou que o segundo turno das eleições municipais de 2024 teve um vencedor incontestável: a extrema direita. Esse foi o bloco que mais conquistou prefeituras nas 103 maiores cidades – aquelas com mais de 200 mil eleitores.
Nas análises anteriores da DataDCO, a agência dividiu os partidos políticos brasileiros nos seguintes blocos:
- Extrema esquerda: Partido da Causa Operária (PCO), Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Partido Comunista Brasileiro (PCB), Unidade Popular pelo Socialismo (UP);
- Esquerda: Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Verde (PV)*, Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Rede Sustentabilidade (Rede)*, Partido Socialismo e Liberdade (PSOL);
- Centro: Democracia Cristã (DC), Mobiliza, Cidadania, Solidariedade, Podemos, Avante, Partido Democrático Trabalhista (PDT), Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Partido Social Democrático (PSD), Agir;
- Extrema direita: Progressistas (PP), União Brasil, Republicanos, Partido Renovação Democrática (PRD), Partido Liberal (PL), Partido Novo (NOVO), Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), Partido da Mulher Brasileira (PMB).
Para a análise do segundo turno, no entanto, é preciso levar uma peculiaridade em consideração. Na cidade mais importante do País, o candidato do MDB é incontestavelmente de extrema direita, sendo apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tanto é assim que o chamado “centro político” se agrupou em torno de outras candidaturas, que procuravam se opor a Nunes por suas relações com o ex-presidente.
Sem levar isso em consideração, o desempenho de cada bloco nas grandes cidades no segundo turno teria sido o seguinte:
Extrema Direita
- Republicanos: 4 prefeitos
- União Brasil: 5 prefeitos
- PL: 4 prefeitos
- PP: 3 prefeitos
- Novo: 1 prefeito
- Total: 17 prefeitos
Centro
- PDT: 2 prefeitos
- PSDB: 3 prefeitos
- PSD: 6 prefeitos
- Podemos: 3 prefeitos
- MDB: 3 prefeitos
- Total: 17 prefeitos
Esquerda
- PT: 4 prefeitos
- Total: 4 prefeitos
Levando em consideração o critério anterior, portanto, a extrema direita teria empatado com a direita em termos de prefeituras conquistadas. No entanto, conforme explicamos, Ricardo Nunes não poderia ser considerado de “centro”, pois a sua votação corresponde, fundamentalmente, à votação dos apoiadores do bolsonarismo. Incluindo Nunes como integrante do bloco da extrema direita, portanto, temos o seguinte quadro:
- Extrema direita: 18 prefeituras conquistadas;
- Centro: 16 prefeituras conquistadas;
- Esquerda: 4 prefeituras conquistadas.
Quando levado em consideração o número de capitais, o quadro permanece o mesmo, com uma grande derrota da esquerda e com uma vitória inédita da extrema direita:
Extrema Direita
- PL: 2
- PP: 1
- União Brasil: 2
- Novo: 1
- MDB: 1
- Total: 7 prefeitos
Centro
- MDB: 2
- PSD: 2
- Podemos: 2
- Total: 6 prefeitos
Esquerda
- PT – 1
- Total: 1 prefeito