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Política Internacional

Cúpula da OTAN expressa preparativos para uma grande guerra

Encontro de líderes da aliança imperialista mostra um imperialismo disposto a dobrar a pressão contra Rússia e China

Terminou, na última quinta-feira (11), o encontro de líderes dos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a principal organização militar imperialista, ocorrido na capital dos Estados Unidos, Washington. Segundo o sítio oficial do braço armado da ditadura global, o encerramento marcou uma reunião “histórica” em que “líderes aliados se reuniram para tratar dos desafios de segurança” enfrentados pelo imperialismo, decorrentes “do crescente alinhamento da Rússia, da China, do Irã e da Coreia do Norte” (NATO Secretary General concludes landmark 75th Anniversary Washington Summit, 11/7/2024).

A mesma nota oficial faz ainda um ataque à China, caracterizada como “um facilitador decisivo da guerra da Rússia contra a Ucrânia”, acrescentando ainda que “a declaração da Cúpula de Washington refere-se à parceria estratégica entre Moscou e Pequim como um ‘motivo de profunda preocupação’”.

O gigante asiático reagiu, chamando as declarações da reunião de “difamatória, provocativa e beligerante” por meio de Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, durante uma coletiva de imprensa na mesma quinta-feira. “A Declaração da Cúpula da OTAN em Washington exagera as tensões na região da Ásia-Pacífico, que está repleta de mentalidade de Guerra Fria e retórica beligerante, contendo conteúdo preconceituoso, difamatório e provocativo em relação à China”, afirmou.

O editorial do órgão de imprensa chinês Global Times, por outro lado, tratou a nota da entidade imperialista como “essencialmente outra tentativa de transferir a culpa e difamar a China”. “Após décadas vendo a China como uma ameaça distante, a OTAN acusou Pequim de se tornar ‘um facilitador decisivo da guerra da Rússia contra a Ucrânia’ e exigiu que ela interrompesse as remessas de ‘componentes de armas’ e outras tecnologias essenciais para a reconstrução das forças armadas russas, informou o New York Times (China rebuts NATO declaration as ‘defamatory, provocative, belligerent’, 11/7/2024).

No mesmo editorial, os chineses defenderam a cooperação entre China e Rússia, apontada como “importante, pois atua como uma força de equilíbrio contra as ações imprudentes dos EUA e do Ocidente, garantindo que o mundo funcione de forma justa e ordenada, disse Cui Heng, acadêmico do Instituto Nacional da China para Intercâmbio Internacional e Cooperação Judicial da SCO, com sede em Xangai, ao Global Times na quinta-feira” (idem). “A cooperação entre a China e a Rússia ocorre principalmente nas cadeias de produção de energia e nos setores agrícolas, o que é uma cooperação normal. O Ocidente liderado pelos EUA cortou sua cooperação com a Rússia e forçou outros a fazer o mesmo, o que demonstra apenas sua arrogância, mentalidade estreita e egocêntrica”, acrescentou Heng ao Global Times.

Já o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, reagiu caracterizando as declarações finais da aliança imperialista como um anúncio de seu direito autoproclamado de “de usar a força em qualquer lugar do planeta”.

“Os Estados do ‘bilhão dourado’ querem se manter em um estado espremido e sugar os sucos de todas as regiões do mundo. Para impor ordens neocoloniais, a OTAN na verdade declara o direito de usar a força em qualquer lugar do planeta, seja sob o pretexto de exportar democracia, proteger os direitos humanos ou combater o terrorismo”, disse Antonov a jornalistas no dia 11.

Segundo ele, a cúpula de Washington evidenciou ainda que os países da OTAN “embarcaram irrevogavelmente no caminho do confronto e da preparação material para a guerra”, acrescentando que “os EUA e seus satélites estão mobilizando o máximo de recursos para preservar sua hegemonia fracassada”, antevendo já uma guerra de proporções muito maiores.

Paralelamente, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, celebrou o fato de neste ano, mais de 20 dos 32 membros da OTAN cumprirem a meta de alocar pelo menos 2% do PIB para a área de defesa. Há cinco anos, destacou Stoltenberg, a quantidade de membros cumprindo essa meta era inferior a 10.

Apesar de ainda não inserir a Ucrânia na aliança, a nota conjunta diz também que “o futuro da Ucrânia está na OTAN. Continuaremos a apoiá-la em seu caminho irreversível para a plena integração euro-atlântica, incluindo a adesão à OTAN”, anunciou a aliança imperialista em declaração conjunta, assinada pelos países membros, no que demonstraram disposição para incrementar a ofensiva contra a Rússia e manter a guerra “até o último ucraniano”.

No comunicado divulgado pela aliança militar, foi anunciado ainda que os países-membros estabelecerão a Assistência de Segurança e Treinamento da OTAN para a Ucrânia, com promessa de “uma base mínima de 40 bilhões de euros no próximo ano” para as forças imperialistas que combatem a Rússia no país. “Esse compromisso garantirá um maior compartilhamento do ônus do apoio militar”, disse Stoltenberg, que saudou também o fato de mais países do bloco terem assinado acordos bilaterais de segurança com a Ucrânia, elevando o total para 20 nações participando da guerra que se desenrola na Ucrânia.

O jornalista brasileiro e colunista do portal de esquerda Brasil 247 José Reinaldo Carvalho entende que o saldo do encontro é o de uma declaração de “guerra global”, uma vez que “os governantes dos EUA e países parceiros da Aliança Atlântica apontaram suas armas para a Rússia e a China” (A Cúpula da Otan aprovou uma declaração de guerra global, 12/7/2024).

“Em nome desses objetivos”, analisa Carvalho, “os líderes das potências imperialistas ocidentais decidiram prosseguir a guerra por procuração contra a Rússia e deram sinais de envolvimento cada vez maior nessa guerra, alimentaram a perspectiva de construir a ‘Otan asiática’ e deram claros sinais de que pretendem levar à esfera militar a estratégia de contenção do ascenso da China à condição de potência global”.

O jornalista de Brasil247 destaca ainda que “os custos econômicos da empreitada, que se refletirão na deterioração das condições de vida de suas populações [dos países imperialistas], e é enorme o prejuízo para a segurança internacional, pois tais compromissos redundarão inexoravelmente em tensões geopolíticas, na expansão dos conflitos existentes e no comprometimento da segurança internacional”. A continuidade das ações da Otan não apenas ameaça a paz na Europa, mas também a segurança global”, conclui Carvalho.

Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), concordando com a avaliação de Reinaldo, afirma que “o imperialismo se prepara para a guerra”.

“É imprevisível. Pode terminar numa guerra nuclear; nunca devemos excluir essa possibilidade, o que mostra que a política da OTAN é muito aventureira. Quer dizer, eles estão dispostos a qualquer tipo de situação, por mais catastrófica que seja”, disse Pimenta em sua participação semanal na TV 247, no YouTube, nessa sexta-feira (12).

O presidente do PCO também afirmou que “o imperialismo não vai abrir mão de seu poder mundial sem briga […] a não ser que estivesse realmente derrotado”, ressaltando que “não é essa a situação do imperialismo”“O imperialismo sofre crises, mas essas crises podem ser enfrentadas, e ele vai enfrentar, brigar e promover guerras, porque imperialismo é sinônimo de guerras”, finalizou.

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