Na manhã desse sábado (23), a Polícia Federal (PF) deteve Thiago Ávila, ativista destacado da causa palestina. Ávila havia desembarcado no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, logo após uma viagem ao Líbano, onde foi prestar solidariedade ao povo local, vítima de bombardeios criminosos por parte do Estado terrorista de “Israel”. Antes disso, em uma conexão na cidade britânica de Londres, Ávila já havia sido detido pelas autoridades locais.
Após responder a uma série de questionamentos, Ávila foi liberado pela PF e seguiu viagem para o seu destino, Brasília.
Em entrevista à TV 247, Thiago Ávila denunciou a arbitrariedade, dizendo:
“Fui detido porque exerci meu direito de manifestação e de documentar o que acontece no Líbano. A Polícia Federal queria saber com quem eu falei no Líbano e eu me neguei a repassar meu celular.”
O ativista ainda declarou que “Israel está cometendo as maiores violações de direitos humanos da nossa geração e nós temos o dever de denunciar”.
Em dois meses de agressões covardes ao povo libanês, “Israel” já assassinou mais de 3.600 civis. Entre os vários crimes de guerra, está o famigerado episódio da explosão de dispositivos eletrônicos, que feriu milhares de pessoas.
Durante a entrevista, Ávila ainda declarou que “o que aconteceu comigo fere a soberania nacional. A Polícia Federal deve estar a serviços dos interesses brasileiros e não de uma potência estrangeira”.
A detenção de Ávila é mais um acontecimento que comprova a total submissão das instituições brasileiras aos serviços de inteligência do imperialismo e do sionismo. Em circunstâncias semelhantes, o brasileiro Lucas Passos Lima foi preso pela Polícia Federal após uma viagem ao Líbano, acusado de planejar atentados terroristas sob o comando do Hesbolá – partido libanês que não realizou um único atentado terrorista em mais de um ano de guerra, em lugar algum do mundo. Lucas Passos acabou sendo condenado a 16 anos de prisão, em um dos maiores escândalos jurídicos dos últimos tempos.
A detenção de Ávila é uma vergonha para o Brasil. Ela revela ao mundo que o Brasil, mesmo sob um governo de esquerda, está se transformando em uma espécie de campo de concentração dirigido pelo criminoso de guerra Benjamin Netaniahu. Criminoso esse que acaba de ter o seu mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional. Por um criminoso responsável pela morte de quase 20 mil crianças.
Netaniahu é o organizador de um dos piores genocídios da história humana. Mas não agiu sozinho. São milhões de soldados covardes, armados até os dentes, atacando a população da Faixa de Gaza e da Cisjordânia. Entre esses soldados, há vários que desembarcaram no Brasil. Quantos deles foram detidos pela Polícia Federal? Absolutamente nenhum.
Ao mesmo tempo, aqueles que têm uma responsabilidade ainda maior pelo genocídio, pois são os seus financiadores, estiveram no Brasil na última semana. Os chefes de Estado do G7 vieram ao Rio de Janeiro e foram recebidos com pompas e circunstâncias pelo Estado brasileiro. E não só isso: o governo Lula decretou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para impedir que o povo brasileiro protestasse devidamente contra esses criminosos.
Na última edição do programa Análise Política da Semana, da Causa Operária TV, o presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, afirmou que a agremiação irá lançar uma campanha contra “essa barbaridade que está acontecendo aqui”.
“Nós vamos procurar as autoridades brasileiras, porque isso daí é inaceitável.”
Pimenta também comentou que o Partido já está em campanha pela liberdade de Lucas Passos.
“Lucas Passos foi condenado porque acham que não tem ninguém para defendê-lo. Nós vamos defendê-lo. Nós já estamos preparando materiais de campanha – cartazes, panfletos, folders, vídeos. Nós vamos levar esse assunto a todos os lugares. Nós vamos encher o saco de todo mundo, porque é inadmissível que essas coisas aconteçam aqui.”