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Cuba

Cubanos se levantam contra bloqueio dos EUA

O presidente Miguel Díaz-Canel agradeceu aos mais de 500 mil cubanos que marcharam pelo Malecon

Prensa Latina, Havana, 20 de dezembro

Milhares de cubanos exigirão hoje em Havana o levantamento do bloqueio estadunidense e a exclusão da ilha da lista do Departamento de Estado de países que supostamente patrocinam o terrorismo.

A mobilização no Malecon de Havana denunciará em frente à Embaixada dos EUA a manutenção da política de pressão máxima contra essa nação antilhana, com efeitos prejudiciais à qualidade de vida do povo e ao desenvolvimento do país.

Faltando 30 dias para o presidente democrata dos EUA, Joe Biden, deixar a Casa Branca, quase todas as medidas draconianas de coerção econômica impostas pelo governo do republicano Donald Trump (2017-2021) continuam em vigor e em aplicação.

Diante dessa realidade, o povo da capital, em nome do povo cubano, demonstrará seu apoio ao curso socialista do processo revolucionário da ilha.

Também expressará sua vontade de defender o direito à soberania, à autodeterminação e à não interferência nos assuntos internos da nação antilhana.

O presidente cubano convocou o desfile durante seu discurso na sessão de encerramento da 9ª Sessão Plenária do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, realizada em 13 de dezembro nessa capital.

Díaz-Canel celebra ato contra os EUA

O presidente Miguel Díaz-Canel agradeceu aos mais de 500 mil cubanos que marcharam pelo Malecon, nesta capital, em protesto contra a agressividade dos Estados Unidos em relação a Cuba, conforme divulgado hoje.

Na rede social X, o mandatário expressou sua gratidão “por superar, mais uma vez, a imaginação mais fértil. Por essa grande #MarchaDelPueblo com o General do Exército (Raúl Castro). Pelo grito unânime: não somos terroristas, tirem-nos da lista, e #TumbaElBloqueo”, escreveu.

“Obrigado pela inspiração infinita”, reiterou o chefe de Estado, poucas horas após o encerramento da concentração e do desfile por essa importante via da capital, onde se localiza a embaixada do país norte-americano.

Cuba mantém hoje seu apelo pelo fim da política de máxima pressão dos Estados Unidos, a menos de um mês da posse de Donald Trump na presidência.

A mobilização dos cubanos, liderada por Raúl Castro, José Ramón Machado Ventura (comandante do Exército Rebelde), pelo próprio presidente, pelo primeiro-ministro Manuel Marrero e seu gabinete, exigiu, em primeiro lugar, o fim do bloqueio imposto por Washington há mais de seis décadas.

Além disso, pediram a exclusão de Cuba da lista do Departamento de Estado de países que supostamente patrocinam o terrorismo.

Díaz-Canel abriu o desfile com palavras de denúncia contra o governo do presidente em fim de mandato, Joe Biden, que, segundo ele, não reverteu a política de seu antecessor, Donald Trump (2017-2021), como prometera durante sua campanha presidencial.

Ele apontou que, com a aplicação das 243 medidas adicionais e a manutenção de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo, Biden cumpriu de forma disciplinada e cruel a política aprovada por Trump durante seu mandato.

O presidente destacou que classificar Cuba como um Estado que supostamente patrocina o terrorismo é, no mínimo, falso e imoral, venha de onde vier a acusação, mas é duplamente imoral quando essa acusação parte do território norte-americano.

De lá – denunciou – grupos paramilitares estão sendo treinados neste momento para organizar, promover e financiar ações terroristas contra estruturas sociais e econômicas em Cuba.

A permanência de Cuba nessa lista e o agravamento da política de bloqueio são ações dirigidas contra o povo cubano que devem cessar imediatamente, afirmou.

Díaz-Canel declarou que Cuba não nutre o menor sentimento de ódio ou animosidade contra o povo dos Estados Unidos, mas se opõe à tentativa do governo dessa potência de roubar sua soberania, independência e socialismo, contra os quais – disse – sempre encontrará rebeldia e intransigência.

Ele lembrou que seu país tem estendido a mão a todos os governos dos Estados Unidos desde o triunfo da Revolução até hoje, sempre buscando uma relação séria, respeitosa e em igualdade de condições.

“Contra o plano do imperialismo estadunidense e sua pretensão de se impor em Cuba pela força ou sedução, marcharemos agora e sempre,” destacou o mandatário.

* Os artigos aqui reproduzidos não expressam necessariamente a opinião deste Diário

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