Nesta segunda-feira (10), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou uma resolução elaborada pelos Estados Unidos que prevê o cessar-fogo permanente em Gaza. Anteriormente, em 31 de maio, o presidente norte-americano, Joe Biden, já havia afirmado que apresentou ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe) uma proposta de três fases.
“Israel ofereceu uma nova proposta abrangente. É um roteiro para um cessar-fogo duradouro e a libertação de todos os reféns […] A proposta foi transmitida pelo Catar ao Hamas e tem três fases”, disse Biden durante conferência de imprensa.
Segundo a emissora catarense Al Jazeera, o plano, que foi aprovado com uma única abstenção da Rússia, funcionaria da seguinte forma:
- A proposta começaria com um cessar-fogo inicial de seis semanas com a libertação de prisioneiros feitos pelo Hamas em troca de reféns palestinos, a retirada das forças israelenses das áreas povoadas de Gaza e o retorno dos civis palestinos a todas as áreas do território. A primeira fase também exige a distribuição segura de assistência humanitária “em grande escala em toda a Faixa de Gaza”, o que Biden disse que levaria à entrada de 600 caminhões carregados de ajuda em Gaza todos os dias;
- Na fase dois, o projeto de resolução diz que, com o acordo de “Israel” e do Hamas, ocorreria “um fim permanente das hostilidades, em troca da libertação de todos os outros reféns ainda em Gaza, e uma retirada total das forças israelenses de Gaza”;
- Por fim, a fase três lançaria “um grande plano plurianual de reconstrução para Gaza e a devolução dos restos mortais de quaisquer reféns falecidos ainda em Gaza às suas famílias”;
O Hamas, por sua vez, afirmou que vê a resolução como sendo positiva, emitindo o seguinte comunicado logo após o fim da votação no Conselho de Segurança:
“O Movimento de Resistência Islâmica, Hamas, saúda a resolução do Conselho de Segurança e a sua ênfase num cessar-fogo permanente em Gaza, na retirada total da Faixa de Gaza, na troca de prisioneiros, na reconstrução, no regresso das pessoas deslocadas às suas casas, na rejeição de quaisquer mudanças geográficas ou redução da área da Faixa de Gaza, e a prestação da ajuda necessária ao nosso povo na Faixa.
O Movimento pretende afirmar a sua disponibilidade para cooperar com os mediadores fraternos para entrar em negociações indiretas sobre a implementação destes princípios, que estão alinhados com as exigências do nosso povo e da nossa resistência.
Além disso, o Hamas reitera os seus esforços contínuos e luta ao lado de todo o nosso povo para alcançar os nossos direitos nacionais, entre eles, a expulsão da ocupação, o estabelecimento de um Estado palestino independente com plena soberania e Al-Quds [Jerusalém ocupada] como sua capital, o direito de retorno e autodeterminação.”