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'Israel'

Crise com judeus ortodoxos ameaça rachar Estado sionista

Alistamento compulsório dos judeus ortodoxos ameaça implodir o governo Netaniahu e causar uma cisão ainda pior no país artificial

A frágil coalizão sionista de Netaniahu está por um fim. Além das diversas derrotas por terra, o bloqueio dos iemenitas, os ataques diários do Hesbolá, o ataque do Irã e a pressão internacional, agora o Knesset (parlamento sionista) enfrenta uma profunda crise interna, relativa ao alistamento obrigatório dos judeus haredim – pejorativamente chamados pelos sionistas de ultraortodoxos. A comunidade haredim declarou que caso seja obrigada a se alistar, causaria um êxodo massivo de “Israel”.

Os haredim são judeus ortodoxos, que seguem estritamente a Torá em oposição as práticas e valores de “Israel” e do capitalismo de forma geral. Esta comunidade compõe o grupo populacional que mais cresce no Estado sionista, tendo uma taxa de natalidade de 6,4 em comparação a taxa de natalidade de 2,5 da média do país artificial. Essa diferença expressiva faz com que a comunidade haredim tenha hoje uma população de 1,28 milhão (dado de 2023), com perspectiva de abarcar 16% da população total de “Israel” até 2030.

Compondo uma importante parcela demográfica da população israelense, os haredim refletem esta força demográfica em capital político. Segundo levantamentos do Israel Policy Forum, os haredim compõem cerca de um terço de todas as ocupações na Cisjordânia e na parte ocupada do leste de Jerusalém. Para além disto, a facção política dos haredim, Shas, ocupa hoje 11 lugares no Knesset, sendo o terceiro maior na coalizão política de Netaniahu.

Desde 1977, os haredim – juntamente da população palestina residente no território ocupado de ‘Israel’ – não possuem serviço militar obrigatório, isto porque a participação em guerras vai contra seus princípios morais e religiosos.

Apesar de grande força política, entretanto, a comunidade haredim se vê hoje ameaçada pelo governo sionista de Netaniahu, devido às grandes baixas sofridas por “Israel” no terreno militar. O país artificial já convocou mais de 300 mil reservistas após o 7 de outubro, mas o contingente revelou-se insuficiente após poucos meses de combates com a Resistência Palestina. Ante as derrotas, o governo se viu sem opção exceto abandonar a não-obrigatoriedade do alistamento dispensada aos haredim.

O posicionamento do governo Netaniahu, no entanto, está criando um racha no governo e na sociedade israelense. Menos de 24 horas antes do prazo final de renovação da isenção de alistamento, em 1º de abril, a Suprema Corte do Estado sionista determinou que os judeus haredim recebessem subsídios para estudos religiosos e fossem recrutados para as forças militares.

A decisão da suprema corte causou revoltas perante a comunidade, levando 18 rabinos do Shas a assinarem uma carta em que afirmavam que o alistamento compulsório dos haredim era uma conspiração para reduzir a prática do judaísmo ultraortodoxo e que nunca servirão o exército. O rabino-chefe Yitzhak Yousef declarou que caso a lei alistamento compulsório seja promulgada, “todos nós [judeus haredim] nos mudaremos para o exterior”.

Somada a pressão da terceira maior ala política de ‘Israel’, Netaniahu ainda se vê em um ultimato perante um de seus maiores adversários políticos: Benny Gantz. Gantz declarou que caso os ultraortodoxos não sejam convocados para o exército, ele deixará a coalizão do governo.

A crise levantada pelo alistamento compulsório dos haredim deixa às claras a fragilidade do governo ‘israelense’ e a sinuca de bico que as suas forças militares se encontram. Caso o alistamento compulsório não se concretize, 40% dos portadores de passaportes israelenses serão isentos do serviço militar.

Perante a convocação de 300 mil reservistas, a expectativa de aumento de baixas israelenses, a perspectiva de piora no conflito com os grupos de resistência palestinos e a ameaça de novo front contra os iranianos, perder 40% de sua base recrutamento não é uma opção. Aprofundar a crise interna, porém, também não. As escolhas difíceis do primeiro-ministro ameaçam agora desde a composição da sua frágil coalizão governamental, agora já respirando por aparelhos.

Não há caminho sem crise para “Israel”. O alistamento compulsório causará uma cisão extrema e um êxodo ainda maior da população residente no país artificial. Não alistar os haredim abrirá um rombo no recrutamento e, consequentemente, uma deficiência de soldados no front, além de rachar o governo.

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