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HISTÓRIA DA PALESTINA

Crimes do ‘sionismo de esquerda’ levaram à Segunda Intifada

A ditadura sionista não mudou em nada com o trabalhista, apenas criou o ambiente propício para a explosão de uma nova onda revolucionária

A política do primeiro-ministro trabalhista Ehud Barak, que governou “Israel” de 1999 a 2001, foi marcada por uma série de decisões que acabaram por empurrar os palestinos em direção à Segunda Intifada. Apesar de sua imagem como um líder “esquerdista”, defensor do diálogo e da solução de “dois estados”, as ações de Barak, especialmente em relação aos territórios palestinos, revelaram uma abordagem que reforçou as tensões e frustrações da população palestina.

Membro do partido trabalhista de “Israel”, Ehud Barak teve uma carreira política marcada por ser o que se poderia considerar um “sionista de esquerda”. Militar de carreira, Barak ascendeu ao posto de chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, entrando para a política nos anos 1990. Em 1999, foi eleito primeiro-ministro, sucedendo Benjamin Netaniahu.

Durante seu mandato, ocorreram as tentativas de evitar uma nova Intifada (palavra árabe que significa “insurreição”, usada para caracterizar períodos revolucionários), na Cúpula de Camp David, ocorrida em julho de 2000. O plano do sionista de esquerda não abordava questões essenciais para os palestinos, como o governo de Jerusalém e o direito de retorno dos refugiados. O fracasso do encontro acabou se transformando em um catalisador para a revolta, que estouraria após algumas semanas.

A continuidade da expansão dos assentamentos ilegais israelenses durante o governo de Barak também teve um papel crucial na intensificação do radicalismo palestino. A construção e a ampliação de comunidades israelenses em terras palestinas demonstravam, na prática, que os Acordos de Oslo haviam sido uma mera manobra para encerrar a Primeira Intifada. Isso resultou em um aumento das tendências revolucionárias da população árabe que logo mais explodiriam.

A política de repressão de Barak incluía ações militares em resposta a protestos, contribuiu ainda mais para a radicalização. As incursões e operações na Cisjordânia e em Gaza, designadas para aterrorizar o povo palestino acabaram tendo um efeito contrário.

Essas operações frequentemente resultavam em mortes e ferimentos entre a população civil, gerando um sentimento de impotência e revolta. Seu curto governo, iniciado em 17 de julho de 1999, contou com um número incerto de invasões sionistas nos territórios palestinos estimados entre 30 e 40, nos quais os mortos contam-se às centenas.

O povo palestino, que já vivia sob a pressão da ocupação estrangeira, se sentiu ainda mais ameaçado, o que impulsionou organizações como o partido revolucionário Movimento Resistência Islâmica (Hamas, na sigla em árabe). A percepção de que a resistência armada poderia ser a única forma de resposta à opressão se tornou mais evidente para uma parte significativa da população.

Eleito com o verniz esquerdista, Barak inicialmente prometeu mudanças no relacionamento com o povo palestino, trazendo em sua campanha uma disposição de discutir a criação de um estado palestino, com declarações como “não podemos ignorar a aspiração dos palestinos por um estado”. Sua política, no entanto, acabou sendo um catalisador para a desilusão e a radicalização da Resistência Palestina.

Em março de 2000, seu governo lança a “Operação Resposta”, onde se estima que cerca de 30 palestinos tenham sido assassinados e mais de 200 ficaram feridos. A operação foi uma resposta a um ataque a um ônibus de transporte de soldados israelenses e incluiu incursões em várias cidades palestinas, resultando em confrontos intensos.

Além disso, houve um aumento significativo na construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Embora os números exatos possam variar, estima-se que cerca de 1.500 a duas mil novas unidades habitacionais ilegais foram erguidas no período do seu governo, até o mês de setembro.

Paralelamente, a política de demolição de casas palestinas continuava a todo vapor, com dados indicando que entre 300 e 400 imóveis palestinos tenham demolidas durante o governo Barak, em operações que muitas vezes eram justificadas por razões de segurança ou por falta de licenças de construção, que raramente eram concedidas a palestinos.

A política sionista não se alterou com o trabalhista, o que combinado com a continuidade da opressão e da expansão dos assentamentos, criou um ambiente propício para a eclosão da Segunda Intifada. A revolta não era apenas uma resposta a um evento específico, mas o resultado de anos de frustração acumulada.

Por fim, a invasão de Ariel Sharon à mesquita de al Aqsa, em 28 de setembro de 2000 se tornou um ponto de ignição, evidenciando a radicalização do povo palestino. A provocação de Sharon, em um contexto já saturado de descontentamento e opressão, foi a gota d’água.

Essa explosão de ira não poderia ser dissociada das políticas de Barak, que ao longo de seu governo prepararam o terreno para a revolta. As ações e decisões de Barak deixaram uma marca indelével nas relações entre “Israel” e os palestinos, demonstrando que a retórica de paz não se sustenta sem ações concretas que atendam às necessidades e aspirações de um povo oprimido.

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