Aeronaves sionistas bombardearam uma área residencial ao sul da capital do Líbano, Beirute, na tarde da última quinta-feira (26), destruindo um prédio de dez andares, martirizando duas pessoas e ferindo outros 15, todos civis. Ao todo, mais de 550 pessoas já foram assassinadas por “Israel, e outras 90 mil foram deslocados em apenas uma semana de conflito aberto entre o partido revolucionário libanês Hesbolá e o enclave imperialista de “Israel”, que já apresenta sinais de evoluir para um estado de guerra total.
Os bombardeios ocorrem no mesmo dia em que o governo do Reino Unido fez pedidos públicos para um cessar-fogo, evidentemente ignorados pelo governo sionista. O pedido foi feito pelo secretário de Defesa britânico, John Healey:
“Peço ao primeiro-ministro Netaniahu e aos líderes do Hesbolá libanês que ouçam as vozes comuns nas Nações Unidas para chegar a um acordo de cessar-fogo. Um cessar-fogo de 21 dias em que as conversações possam começar e os combates possam terminar, e uma oportunidade para um acordo de longo prazo possa surgir”.
O ministro das Relações Exteriores Israel Katz, no entanto, respondeu o pedido do governo britânico com uma negativa. No X, Katz publicou uma mensagem dizendo:
“Não haverá cessar-fogo no norte. Continuaremos a lutar contra a organização terrorista Hesbolá com toda a nossa força até a vitória e o retorno seguro dos residentes do norte para suas casas”.
A escalada das hostilidades levanta preocupações sobre uma possível invasão terrestre “israelense”, uma manobra que poderia alterar drasticamente o equilíbrio de poder na região. Com o primeiro-ministro “israelense” Benjamin Netaniahu prometendo erradicar a “ameaça” de Hesbolá, a pressão interna e externa sobre o governo de “Israel” aumenta.
No entanto, analistas alertam que, apesar da mobilização de reservistas, a possibilidade de uma invasão em larga escala pode não ser iminente, refletindo uma falta de estratégia clara por parte de “Israel”. A recente convocação de duas brigadas de reserva, conforme relatado por oficiais “israelenses”, sugere um aumento nas preparações, mas a quantidade de tropas mobilizadas é considerada insuficiente para uma operação bem-sucedida em um território como o Líbano, onde a ocupação sionista sofreu sua primeira derrota militar mais de 20 anos atrás e de onde já foi expulsa.
O histórico de incursões anteriores, notavelmente a guerra de 2006, fornece um alerta: as forças “israelenses” enfrentaram resistência feroz e sofisticada de Hesbolá, que se beneficiou de um terreno bem conhecido e de táticas de guerrilha bem desenvolvidas. A realidade é que a estrutura de comando de Hesbolá permanece intacta, e a organização está armada e mais experiente do que nunca, o que indica que uma invasão terrestre poderia resultar em um conflito prolongado e sangrento.
As dificuldades enfrentadas por “Israel” em Gaza também aumentam a incerteza em relação a uma nova operação militar. A sociedade “israelense” está em uma crise fraticida e a possibilidade de uma invasão terrestre “israelense” ao Líbano tende a piorar a crise geral, marcada por tensões políticas internas, um governo em constante ameaça de cair e uma divisão social que ameaça rachar o país artificial.
O chefe do Estado-Maior “israelense” Herzi Halevi, reconheceu os desafios que uma incursão enfrentaria, dada a fortificação do terreno onde Hesbolá está enraizado. Historicamente, “Israel” lutou para atingir seus objetivos em invasões anteriores, como durante a guerra de 2006, onde as forças “israelenses” enfrentaram perdas significativas devido à resistência de Hesbolá.
As táticas de guerrilha e a capacidade de realizar ataques em diferentes frentes tornam qualquer operação terrestre arriscada. Especialistas, como Imad Salamey, indicam que uma invasão, se iniciada, provavelmente levaria a uma guerra prolongada, resultando em custos humanos, militares e econômicos insuportáveis no atual estágio de fragmentação do enclave sionista.
Segundo o jornal israelense Yedioth Ahronoth, Hesbolá ainda não utilizou nem 10% de seu potencial militar, o que poderia resultar em uma resposta contundente a uma invasão. “Israel”, por outro lado, já se viu em situações anteriores em que o uso exclusivo de poder aéreo não foi suficiente para garantir a vitória.
Além disso, a pressão para resolver o conflito em Gaza e a crescente insatisfação interna dificultam ainda mais a tomada de decisões sobre uma possível invasão ao Líbano. O movimento de tropas e a chamada de reservistas são vistos como um sinal de intenções, mas também refletem uma estratégia incerta, com muitas vozes se perguntando se um novo conflito é realmente a resposta para as ameaças percebidas de Hesbolá.
A possibilidade de uma invasão “israelense” ao Líbano traz à tona questões sobre a falência do outrora invencível exército sionista, mas que não consegue mais sustentar a ocupação de territórios no interior da Faixa de Gaza. As lições aprendidas de guerras passadas, especialmente a de 2006, sugerem que uma incursão pode se transformar em um inferno para os sionistas.
O fortalecimento de Hesbolá desde a expulsão de “Israel” em 2000 torna qualquer operação terrestre uma empreitada arriscada e potencialmente desastrosa. As divisões internas em “Israel” podem paralisar a tomada de decisão, levando a uma escalada descontrolada do conflito.
Além disso, a resposta militar de Hesbolá à agressão “israelense”, mesmo que moderada até o momento, pode rapidamente escalar em um cenário de invasão. Com a sociedade “israelense” pressionada por um prolongado conflito em Gaza e as incertezas em relação ao norte, “Israel” tenta forçar a entrada dos EUA no conflito, como forma de superar a ameaça de ruptura total do Estado sionista. Será preciso acompanhar de perto os próximos desenvolvimentos, uma vez que os interesses imperialistas no Oriente Médio tendem a impulsionar as piores táticas do sionismo para manter a ocupação da Palestina.