A Patrulha Rural é uma unidade especializada dentro do aparato de repressão do Estado, geralmente da Polícia Militar, que tem como objetivo declarado garantir a segurança nas áreas rurais, protegendo propriedades, pessoas e animais. Formada por policiais treinados especificamente para lidar com a realidade no campo, a Patrulha Rural serve, na prática, para garantir os interesses dos latifundiários por meio de uma repressão brutal contra os sem terra.
De acordo com o sítio oficial da Polícia Militar do Mato Grosso, “ao longo de 2023, a Patrulha Rural, que está presente em todos os 15 Comandos Regionais da PMMT, recebeu cerca de R$18 milhões em investimentos em viaturas de duas e quatro rodas, fardamentos, armamentos, munições e equipamentos de última geração. No ano passado, os policiais percorreram mais de 623 mil quilômetros por todo território rural mato-grossense, em mais de três mil viaturas disponibilizadas para patrulhamento tático e ostensivo. Além disso, foi empregado um efetivo de quase quatro mil militares que fiscalizaram mais de 243 mil propriedades rurais”.
Pelo próprio texto e pelos dados publicados oficialmente, fica claro que essa guarda nada mais é do que um efetivo de jagunços custeados pelo Estado para assegurar a propriedade privada de grandes latifundiários.
De fato, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou, em artigo do último dia 23 de maio, que a Patrulha Rural de Mato Grosso tem agido com grande violência contra trabalhadores rurais que lutam por seu direito a terra. Segundo o texto, o Secretário de Segurança do Mato Grosso implementou, sob determinação do governador Mauro Mendes (União Brasil), política de tolerância zero às ocupações no campo como uma justificativa para a violência contra as famílias camponesas.
Ainda segundo a CPT, foram registradas 165 ocorrências de conflitos no campo em Mato Grosso no ano de 2022. Nesses casos, a Patrulha Rural realiza abordagens truculentas, invasão de casas sem ordem judicial e ameaças e tiros com balas de borracha e com munição viva contra os trabalhadores.