Durante plenária expandida do comitê central do Partidos dos Trabalhadores da Coreia, Kin Jong Un criticou duramente a política dos Estados Unidos e seus vassalos na Ásia. Qualificando o país como “o estado mais reacionário”, o secretário geral do partido condenou sua aliança com Japão e Coreia do Sul como um “bloco militar nuclear agressivo”. A Coreia do Sul foi chamada de “posto avançado dos EUA”. Essas declarações foram divulgadas pela Agência Central de Notícias Coreana e repercutidas pelo Al Mayadeen no último domingo.
Kin Jong Un apontou a necessidade de uma contraofensiva para garantir condições externas favoráveis para o desenvolvimento da Coreia do Norte, elencando uma série de tarefas. Citou, por exemplo, a preparação do “Exército do Povo” como um exército revolucionário do partido: “leal à sua liderança e forte em ideologia e tecnologia”. O secretário geral deu grande peso à importância ao caráter ideológico do exército como sendo um fator chave no sucesso militar de defesa do país. Uma preocupação justa diante do gigantesco poder de corrupção do imperialismo, que atua incessantemente na corrupção de militares mundo afora, como sabemos bem aqui no Brasil.
As questões técnicas também foram apontadas como cruciais nesse esforço de defesa, com o objetivo de “atender às demandas e características da guerra moderna”. Os estudos e pesquisas militares devem para isso estar fundamentos em bases modernas e com Tecnologia de Informação. Kim Kong Un colocou a situação atual nas seguintes bases: “Devemos avançar com a preparação total do setor de defesa civil para uma guerra”. Citando as “cada vez maiores provocações militares dos EUA e suas forças vassalas contra a Coreia do Norte.
A declaração dada no final de 2024 ecoa outra feita ainda em maio, quando a necessidade de preparação para uma guerra foi lembrada durante visita a uma universidade militar no país. Trata-se de um alerta constante diante de constantes provocações do imperialismo, que buscam cercar e sufocar os países que ousam não rezar por sua cartilha. É o que ocorre com China, Irã e Rússia também, que se veem como alvos da política externa agressiva do imperialismo liderado pelos Estados Unidos.
Justamente por isso, a Coreia do Norte acertadamente procura desenvolver cada vez mais suas relações políticas e econômicas com os países não alinhados ao imperialismo, especialmente China e Rússia. Ainda existe muita expectativa em relação a como a política externa dos Estados Unidos vai se desenrolar no governo Trump, mas é claro que não teremos nenhuma mudança tão substancial, pelo menos nas intenções do imperialismo. Se as declarações do líder norte-coreano já apontam uma descrença na melhoria das relações com a troca do governo nos Estados Unidos ou se serve como pressão para essa melhoria, teremos que seguir acompanhando a evolução da situação nos próximos meses.
A postura anunciada por Kim Jong Un parece ser a mais correta, diante de um inimigo que não dá trégua, como é o imperialismo. Acreditar em acordos e que os Estados Unidos vão tolerar a existência de países independentes não passa de fantasia e alguns governos estão percebendo isso mais rápido do que outros. O Brasil deveria cumprir seu papel no fortalecimento dessa rede de países que procuram atuar com maior independência. Sendo uma economia grande e com uma variedade incrível de recursos, o Brasil seria muito importante para o esforço desses países e ao mesmo tempo seria beneficiado ao estabelecer relações mais vantajosas para si.