Controladores de tráfego aéreo da Argentina anunciaram uma greve que começará em 16 de novembro e se estenderá até 22 de novembro, atingindo em cheio a semana do feriado nacional de 20 de novembro, o Dia da Soberania. A paralisação abrange todos os aeroportos do país e deve impactar mais da metade dos voos, gerando cancelamentos e atrasos. O sindicato dos controladores, Associação de Técnicos e Empregados de Proteção e Segurança da Navegação Aérea (Atepsa), aponta que a greve foi a única saída após meses de negociação sem avanços.
Segundo o secretário adjunto do sindicato, Marcelo Chávez, a categoria reivindica um aumento de 25% para compensar a inflação galopante que atinge o país. Até o momento, os controladores receberam um ajuste de apenas 9%, o que está longe de cobrir a perda de poder aquisitivo causada pela inflação. Além disso, os trabalhadores exigem o pagamento de valores atrasados, que ainda não foram incorporados aos salários. Chávez também explicou que, durante a greve, cerca de 45% dos serviços serão mantidos, o que deve mitigar parcialmente o impacto, mas, ainda assim, espera-se um efeito severo no setor de transporte aéreo.
A greve se intensifica em momentos estratégicos, com impactos específicos: no sábado, 16 de novembro, serão afetados principalmente os voos internacionais. Na segunda-feira, dia 18, a greve atingirá toda a aviação comercial. Na quarta-feira, dia 20, voos domésticos e internacionais devem ser prejudicados. Por fim, na sexta-feira, 22 de novembro, a paralisação afetará todos os voos, com previsão de atrasos e possíveis cancelamentos. Esse calendário visa pressionar o governo em um momento de alta movimentação de passageiros devido ao feriado prolongado.
Durante o período de greve, os planos de voo não serão recebidos pelos controladores, o que afetará as decolagens em praticamente todos os aeroportos da Argentina. Contudo, o sindicato afirmou que operações essenciais não serão interrompidas. Aeronaves em situações de emergência e as que prestam serviços essenciais, como transporte de órgãos, voos de saúde, missões humanitárias e operações de busca e salvamento, seguirão operando normalmente.
A paralisação ocorre em um contexto de conflito com o governo argentino, que, segundo a Atepsa, não dialoga com os sindicatos aeronáuticos há mais de dois meses. Além do reajuste salarial, os controladores também reivindicam melhores condições de trabalho e a revisão do acordo coletivo. A categoria alega que os salários atuais estão longe de suprir as necessidades dos trabalhadores, especialmente diante de uma inflação anual que ultrapassa 100%.