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Rio de Janeiro

Contra protestos, burguesia aumenta pressão por GLO durante G20

Os Comitês de Luta, o PCO e outras organizações que lutam em defesa da Palestina chamaram uma manifestação contra os governos que promovem o genocídio na Palestina

Para intimidar os manifestantes, a imprensa e os políticos da burguesia estão aumentando a pressão para haver operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) durante a reunião do G20 em 18 de novembro. Neste dia, os Comitês de Luta, em parceria com o Partido da Causa Operária (PCO) e outras organizações que lutam em defesa da Palestina, chamaram um protesto contra os governos imperialistas que estão financiando o genocídio perpetrado por “Israel” na Faixa de Gaza.

Nesta quinta-feira (31), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), cuja reeleição foi apoiada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), apareceu na linha de frente da defesa da repressão aos manifestantes. Ao apresentar as primeiras informações sobre o esquema operacional organizado para o evento, Paes avisou que a população carioca precisará estar atenta às restrições e impactos causados pelo G20 Social e a Cúpula de Líderes do G20.

“Os cariocas estão acostumados com a realização de grandes eventos internacionais, mas é importante alertar que a partir do dia 14 de novembro já teremos coisas acontecendo na nossa cidade. Não é à toa que a prefeitura decretou feriado nos dias 18 e 19”, disse Paes. “É bom, maravilhoso, todo mundo gosta. Todo mundo pode ir pro bar tomar cerveja, ir para à praia. Ninguém vai ser impedido de circular, mas entendendo que tem que se programar porque a cidade não estará vivendo um período normal”, recomendou.

Paes, então, defendeu que os voos do Aeroporto Santos Dumont sejam transferidos para o Aeroporto do Galeão nos dias 18 e 19 de novembro, já que o primeiro é vizinho do Museu de Arte Moderna, onde estará reunida a cúpula do G20. “Imagino que vão formalizar isso entre hoje (quinta-feira) e amanhã (sexta-feira). Que vão fechar”, disse. Paes também defendeu a decretação da GLO: “o que a gente sabe é que eles já decidiram pela GLO, mas quem vai detalhar são as forças federais e do governo do estado”

Do seu jeito “enrolão” típico, o prefeito do Rio de Janeiro colocou uma série de políticas para o período, apresentando-as como coisas boas. Seu intuito, no entanto, é tentar diminuir o impacto do ato convocado para o 18 de novembro e apoiar a repressão aos manifestantes.

Sobre o fechamento do Santos Dumont, ele ainda afirmou: “acho que é perfeitamente possível, claro que vai criar um outro problema, mas nós temos o Aeroporto do Galeão recuperado, pronto, os acessos qualificados, enfim, com toda a segurança que vai se dar no G20, eu defendo também, falei isso com o presidente Lula, que se for entendimento das forças de segurança, que se feche o Santos Dumont nesse período dos chefes de Estado aqui no Rio de Janeiro. Estamos falando de um período de 48 horas”.

“Conforme ocorreu em evento semelhante mais recente, tal qual a última Reunião do BRICS realizada no Brasil, haverá áreas restritas delimitadas, as quais serão coordenadas pelos órgãos de controle do espaço aéreo, sem que haja interrupção das operações”, continuou, tentando dificultar a mobilidade durante o dia.

Sobre a GLO, o secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, afirmou que a operação “já é uma regra nesses grandes eventos porque o país que é anfitrião de evento. É responsabilidade desse país garantir a segurança. Então, essa GLO vai ser certamente decretada, já tinha sido combinado”.

A imprensa burguesa, auxiliar do genocídio que ocorre na Palestina, claro, divulgou todas essas declarações, defendendo-as. Já o secretário nacional de Segurança Pública do Ministério Justiça e da Segurança Pública (MJSP), Mário Luiz Sarrubbo, afirmou que a GLO é uma decisão que cabe somente ao presidente da República, e que o Rio de Janeiro já se mostrou preparado para a realização de grandes eventos, citando como um dos exemplos os Jogos Olímpicos de 2016. “Nós temos convicção de que tudo correrá da melhor maneira durante o G20”, apontou.

A imprensa, porém, para pressionar o governo, cita a declaração do secretário de Segurança do Rio para afirmar que Lula já está decidido em convocar a GLO, que permite a mobilização das Forças Armadas para operações de “segurança”, isto é, de repressão interna. O Poder 360, por exemplo, deu a manchete: Lula decreta GLO durante o G20, em novembro — como se já estivesse confirmado.

Enquanto isso, a CNN destacou que “o Exército Brasileiro informou […] que prepara 7 mil oficiais para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) prevista para a Cúpula do G20 em novembro no Rio de Janeiro”. A declaração é do ministro da Defesa, capacho dos militares golpistas e dos sionistas, José Múcio Monteiro, que, assim como outros ministros burgueses do governo, atua com completa independência do presidente. “Os últimos detalhes estão sendo definidos. A dimensão da GLO e o que ficará sob responsabilidade do governo federal e estadual”, disse.

“A conta de 7 mil oficiais é estimada a partir da soma de oficiais que atuam na 4ª Brigada de Infantaria de Montanha que fica em Juiz de Fora, da Brigada de Infantaria Paraquedista do Rio, da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada e da Artilharia Divisionária 1”, destaca reportagem da CNN.

O fato é que se Lula decidir convocar a GLO, o presidente estará cometendo mais um ataque ao movimento operário e popular, demonstrando sua total fragilidade diante da pressão do imperialismo. Será a segunda vez que o presidente petista convoca tal operação, tendo utilizado a GLO em novembro do ano passado, autorizando militares do Exército, da Marinha e da Força Aérea Brasileira (FAB) a atuarem no combate ao tráfico de drogas e de armas em portos e aeroportos do País. Isto é, aumentando a repressão com o pretexto de combater o crime organizado.

É preciso destacar, no entanto, que a convocação da GLO não deve intimidar o movimento popular. Segundo apuração feita por este Diário, com ou sem a convocação da operação, a manifestação contra os genocidas que patrocinam o maior genocídio do século — na Palestina — irá acontecer. Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França), Olaf Scholz (Alemanha), entre outros presidentes imperialistas que estarão no Rio de Janeiro, não passarão pelo Brasil impunes pelos crimes terríveis que cometem não apenas na Palestina, mas no mundo inteiro.

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