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Coluna

Contra o Sionismo

O veto ao camarada Breno é imoral

 

O jornalista Breno Altman tem feito um périplo pelo Brasil – e até pelo exterior – para a divulgação do seu livro Contra o Sionismo, e está obtendo um enorme sucesso. Um grupo crescente de pessoas começa a se interessar nas questões da Palestina, porque ela concentra de forma muito didática as grandes questões dos últimos 100 anos: colonialismo e imperialismo. Ele tem se tornado a mais importante voz da esquerda na luta contra os massacres do governo fascista de Israel na Faixa de Gaza, em especial pela sua condição de judeu antissionista. Pois, para surpresa apenas daqueles menos avisados, Breno teve sua presença contestada na Universidade Federal de Santa Catarina pela pró-reitoria de “Ações Afirmativas e Equidade” desta universidade, que recomendou a retirada do apoio à sua palestra por seu conteúdo “antissemita”.

Todos sabemos do interesse de grupos ligados a Israel em fomentar a confusão oportunista e mentirosa entre antissemitismo (que deploramos) e antissionismo (que é o tema da palestra e foco da nossa luta). Por que então o repúdio desse setor da Universidade ao evento? Quem está por trás da condenação a esta conferência? Quem se opõe ao debate que vai se seguir e a quem interessa censurar as vozes que denunciam o holocausto palestino? Ora, a pró-reitora responsável por este repúdio à luta anticolonial chama-se Leslie Sedrez Chaves, uma mulher negra, feminista, acadêmica e reconhecida pela sua luta antirracista. Todavia, cabe perguntar: se ela tem todos esses predicados, por que se posiciona na contramão da luta antirracista na Palestina? Por que se coloca a favor de Israel e da opressão do povo palestino? Por que vira as costas ao clamor de milhões que, no mundo inteiro, condenam o fascismo, o Apartheid, a violência desmedida e a morte de crianças e mulheres, que já ultrapassam os 30 mil? Para entender esta dinâmica é necessário aclarar vários pontos:

  1. O identitarismo é uma força conservadora, individualista e à direita no espectro politico. É uma corrente de pensamento surgida dos think tanks do partido democrata americano para obstaculizar as perspectivas revolucionárias e a luta de classes. Não possui uma visão abrangente da sociedade e seu foco é a visão fragmentada desta, entendendo as identidades como recorte estanques sobre os quais é possível agir sem agir em toda a complexidade social;
  2. Ser mulher, negra, feminista e antirracista não garante uma postura progressista e em defesa das lutas de classe e em favor dos outros povos que sofrem opressão e são vítimas das forças imperialistas. A negativa em apoiar a Palestina em sua luta anti-imperialista é um exemplo claro dessa visão tubular da sociedade, ignorando a dinâmica econômica que a controla, muito mais do que os gêneros, cores de pele ou orientações sexuais;
  3. O lobby sionista, que age através de ONGs imperialistas (StandWithUs e aqui no Brasil a Conib), tem uma enorme pervasividade, atingindo todos os setores da sociedade. Estas instituições se ocupam em atacar a oposição crescente das sociedades do mundo inteiro aos desmandos e crimes contra a humanidade perpetrados por Israel com a conivência e apoio dos Estados Unidos. Esta adesão aos pressupostos identitários e a favor do sionismo corrói a consciência de classe que lentamente estamos construindo. O mesmo processo que ocorre na luta antirracista ocorre também na luta feminista, no movimento LGBT e até na humanização do nascimento.

Esta Pró-Reitoria não tem capacidade de veto, muito menos de impedir a palestra do camarada, porém sua postura reacionária deve aumentar ainda mais o interesse pela conferência de Breno Altman, marcada para o dia 3 de abril 2024 no auditório central da Universidade. Cabe a todos nós darmos a resposta a esta tentativa de calar as vozes que lutam contra a chacina contra o povo palestino.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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