Em entrevista à emissora russa Russia Today (RT), nessa terça-feira (12), Vasily Prozorov declarou que o regime pró-imperialista ucraniano, surgido com o golpe de 2014, vem enviando militares para a Síria para treinar grupos armados pró-imperialistas para lutar contra a Rússia e o governo de Bashar al-Assad (em especial no manejo de drones):
“Quando estávamos trabalhando na Síria estudando o contrabando de armas entre a Ucrânia e organizações terroristas islâmicas, já recebemos informações de que representantes dos serviços especiais ucranianos estavam enviando seu pessoal para a Síria, para áreas não controladas pelo governo oficial, para treinar terroristas […] eles estão treinando [organizações terroristas] para pilotar drones”, informou Prozorov, que foi oficial de inteligência Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) entre 1999 e 2018.
Ele também informou que o regime Zelenski está “recrutando pessoal lá”, “procurando por todos que puderem alcançar, inclusive entre os militantes terroristas no Oriente Médio”, “porque Kiev tem grandes problemas com pessoal treinado em seu território”, o que se dá em razão do grande número de baixas, assim como na profunda desmoralização que as Forças Armadas da Ucrânia vêm enfrentando na guerra imperialista de agressão contra a Rússia.
Prozorov também informou sobre como a Ucrânia treina milícias pró-imperialistas na África. Especificamente, ele mencionou o caso do Sudão, citando informações que obteve com soldados capturados da unidade nazista Kraken, a qual foi criada por ex-membros do batalhão nazista Azov e que faz parte da HUR, a inteligência militar ucraniana. Segundo Prozorov, soldados da Kraken foram ao Sudão “por ordens diretas da inteligência ucraniana”, acrescentando que “se adicionarmos a isso as informações sobre como a inteligência ucraniana respondeu ao choque no Mali entre combatentes do corpo africano e grupos terroristas locais, então uma linha clara pode ser traçada de que Kiev apoia organizações terroristas”.
O acontecimento no Mali a que Prozorov se refere ocorreu em julho de 2024, quando tuaregues apoiados pelo imperialismo emboscaram e mataram dezenas de militares do Mali e do Grupo Wagner. À época, o porta-voz da HUR, Andrey Yusov, admitiu que o órgão militar de espionagem fornecera aos terroristas tuaregues “informações necessárias, e não apenas informações, que permitiram uma operação militar bem-sucedida”. Conforme noticiado pelo jornal francês Le Monde à época, técnicas de guerra com drones ensinadas pelos ucranianos foram utilizadas pelos tuaregues contra os russos e os malineses.
Quanto à situação no Sudão, o país passa por uma guerra civil impulsionada pelo imperialismo. A presença da Ucrânia no país demonstra que Kiev tornou-se um dos principais ativos das agressões que o imperialismo precisa perpetrar para esmagar países oprimidos, a fim de mantê-los sob seu jugo.
Prozorov diz acreditar “que quanto mais problemas a Ucrânia tiver na frente, mais veremos mercenários ucranianos em todos os tipos de pontos críticos sob os auspícios dos serviços de inteligência ocidentais”.
O ex-oficial da SBU encontra-se em lista negra da agência de espionagem desde 2019, quando confessou que estava aliado à Rússia desde o golpe pró-imperialista na Ucrânia, em 2014. Atualmente, ele está refugiado na Rússia, tendo recentemente escapado de tentativa de assassinato, quando seu carro explodiu em abril de 2024.