O pedido de audiência do senador golpista Sérgio Moro (União Brasil-PR) se dá em razão da aprovação do Marco temporal pelo Congresso em 2023. O requerimento foi aprovado nesta quarta-feira (6) pelo colegiado que definirá a data da audiência.
Ao apresentar o requerimento, Moro citou conflitos recentes entre indígenas e fazendeiros no oeste do Paraná. Para ele, há preocupação com o acirramento dos ânimos, o clima de tensão no campo e o aumento da frequência desses conflitos, que é latente, já que os processos de demarcação se prolongam há anos e estão atualmente suspensos por decisão judicial.
No Paraná, existem cerca de 10.000 indígenas morando em áreas demarcados pelo governo federal, sendo as três etnias indígenas presentes: guarani, kaligang e xetá. Entretanto, existem outras etnias no estado.
São conflitos entre indígenas e fazendeiros que se arrastam por décadas, levando a um grande extermínio no Paraná e em outros estados brasileiros. Eles têm suas terras invadidas sob forte violência e têm seus recursos naturais explorados ilegalmente.
Portanto, a situação dos índios nunca foi acionada pelas instituições brasileiras burguesas. A Funai foi criada durante o período da ditadura militar, período em que muitos índios sofreram com a violação de seus direitos. Contudo, apesar da existência de tantas leis que asseguram os direitos dos índios diante da posse de terras, muitas vezes esses direitos não são respeitados.
A saída é os povos indígenas continuarem a pressionar a justiça, mobilizarem-se para ocupar e retomar suas terras, fazendo pressão para que seja anulado o Marco Temporal.