Há cerca de duas semanas, “Israel” anunciou a retirada de tropas da cidade de Khan Younis, após 4 meses de invasão e ataques aéreos. Desde então, palestinos moradores da cidade que haviam se refugiado, principalmente em Rafah, no sul de Gaza, começaram a retornar para seus lares, agora devastados e irreconhecíveis. Além de toda a infraestrutura destruída, chamaram a atenção os corpos de palestinos assassinados durante a ocupação de Khan Younis encontrados pelos retornados.
Foram quatro as valas comuns feitas pelas tropas sionistas e encontradas no Complexo Hospitalar Nasser, além de outras encontradas no hospital al-Shifa e no hospital Kamal Adwan.
A última, encontrada no dia 22 de abril, estava no Complexo Hospitalar Nasser e continha 283 corpos, muitos deles com sinais de execução, como tiros nas costas e na nuca e braços amarrados. Confira em vídeo e imagem a situação no local dessa vala comum:
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Um dos corpos encontrados na vala estava amarrado e com aventais médicos sobre sua roupa:
Segundo Raed Saqer, chefe palestino da Defesa Civil em Khan Younis entrevistado pela Al Jazeera, os corpos, quando essas valas são encontradas, são retirados da vala, analisados para a identificação e investigação da causa de morte. Os corpos reconhecidos, são entregues às famílias para um funeral digno e os não identificados são mantidos pela Defesa Civil.
Em anúncio recente, a Defesa Civil palestina afirmou que, após a retirada de tropas de algumas áreas de Gaza, cerca de 2000 palestinos estavam registrados como desaparecidos. Não se sabe se estão em valas comuns ou se foram detidos pelos sionistas.
O órgão do governo palestino no exílio também apontava o caso como parte da política genocida de “Israel”, por meio de armas nunca usadas e técnicas de apagamento da população, sem outro fim além de matar, tornar irreconhecível e enterrar antes de retirar-se de uma área ocupada.