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Oriente Médio

Como parte da imprensa árabe caiu nas mãos do sionismo

Jornal libanês denuncia infiltração do Mossad em rede de imprensa dedicada a se contrapor à propaganda sionista

Uma denúncia feita pelo jornal libanês Al Akhbar revelou que a ditadura sionista controla e manipula os meios de comunicação árabes. A investigação, publicada no dia 27 de março de 2024, vai além de demonstrar a interferência israelense, expondo como a máquina sionista conseguiu infiltrar agentes em todos os setores da informação, desde a direção até o treinamento de pessoal. Isso evidencia a profundidade do controle e a extensão da espionagem israelense sobre o mundo árabe.

Segundo o Al Akhbar, todos os veículos estatais de comunicação árabes estão, direta ou indiretamente, subordinados a interesses israelenses. Pior: as formações e os treinamentos dos responsáveis pelos programas de informação são conduzidos por agentes ligados à famigerada Unidade 8200 do exército israelense comandado pelo Mossad, o criminoso serviço secreto sionista.

Assim, as informações que chegam ao público árabe não passam de material pré-aprovado pelos serviços de inteligência de Telavive, completamente desvirtuando qualquer traço de autonomia informativa. A União de Radiodifusão dos Estados Árabes (ASBU, na sigla em inglês), que deveria ser uma frente unificada contra as agressões do imperialismo, foi transformada numa ferramenta de espionagem e sabotagem.

Com sede em Túnis, a organização tornou-se um balcão de negócios para os interesses sionistas. A investigação mostra que a ASBU deixou de ser um espaço de resistência e se converteu em uma escola de agentes a serviço de “Israel”. A penetração sionista vai além dos quadros administrativos: até a tecnologia usada nas redações foi projetada para facilitar a invasão israelense.

Um exemplo disso é o sistema DALET, uma tecnologia desenvolvida por uma empresa israelense e amplamente adotada pelas emissoras árabes. Integrado ao sistema de comunicações dessas empresas, o DALET oferece a ditadura sionista acesso irrestrito às informações dos usuários, permitindo vigilância e controle sobre tudo o que circula nas redações. O resultado? Um verdadeiro Big Brother israelense fiscalizando sobre cada palavra publicada pelos veículos árabes.

Cento e cinquenta funcionários de diferentes emissoras foram obrigados a utilizar o sistema DALET, com 60% das trocas de informações entre esses parceiros sendo realizadas por meio dessa plataforma. Essa penetração é a expressão mais concreta da dominação tecnológica israelense. O controle da informação já não se dá apenas por pressões econômicas ou chantagem política, mas por uma invasão total das comunicações, comprometendo qualquer possibilidade de independência informativa.

A hierarquia da ASBU também é alvo de questionamento. A maioria dos altos cargos é ocupada por representantes das petromonarquias do Golfo, conhecidos pelo seu alinhamento submisso aos interesses dos EUA e de “Israel”. São esses mesmos indivíduos que, ao invés de defender os interesses dos países árabes, abrem as portas da entidade para a infiltração sionista. A aliança entre essas petromonarquias e o Mossad mostra que a ASBU, em vez de defender a unidade árabe, serve como um trampolim para os planos de normalização com “Israel”.

A denúncia do Al Akhbar deixa clara a fragilidade da imprensa árabe diante das pressões externas e da influência sionista. Essa é uma afronta direta à soberania dos povos árabes, e é imperativo que os movimentos populares se levantem contra esse controle.

Não se trata apenas de manipulação informativa, mas de um ataque deliberado à autonomia e à autodeterminação dos países árabes. A resistência à ingerência israelense deve ser prioridade para a sociedade civil e as forças anti-imperialistas da região, que precisam se organizar para recuperar o controle sobre os meios de comunicação.

A luta pela libertação do mundo árabe passa necessariamente pela luta contra o controle sionista e pela destruição do aparato de desinformação que mantém os povos reféns da propaganda israelense. Abaixo, a lista de membros da ASBU divulgada pelo órgão canadense Mondialisation:

Membros da ASBU:

Membros ativos:

Abu Dhabi Media

Bahrain Radio and Television Corporation

Broadcasting Services of the Kingdom of Saudi Arabia

Entreprise nationale de Radiodiffusion sonore (Argélia)

Entreprise nationale de télévision (Argélia)

ERTU (Egito)

Iraqi Media Network (Iraque)

Jordan Radio and Television Corporation

Kuwait Television

Libyan Jamahiriya Broadcasting Corporation

Palestinian Broadcasting Corporation

Qatar Media Corporation

Radio Television of Djibouti

Radio Tunisienne (Tunísia)

Société Nationale de Radiodiffusion et de Télévision (Marrocos)

Somali Radio and Television

Radio Mogadishu

Somali National Television

Sudanese Radio and Television Corporation

Sultanate of Oman Television

Syrian Radio and TV Organization

Télé Liban (Líbano)

Télévision Tunisienne (Tunísia)

TV de Mauritanie (Mauritânia)

Yemen General Radio & TV Corporation

Yemen Radio

Yemen TV 

Membros participantes:

Al-Manar – Al-Nour (Hesbolá, via Lebanese Communication Group)

Al-Watan (Cuaite)

JeemTV (beIN Media Group, Catar)

Middle East Broadcasting Center

OSN

Rotana Media Group

beIN Sports (beIN Media Group, Catar)

Membros associados:

Addounia TV (Síria)

Alhurra (Middle East Broadcasting Networks)

Canal France International

France 24 (France Médias Monde)

Hannibal-TV (Tunísia)

Nessma TV (Tunísia)

Pakistan Television Corporation

Radio Netherlands Worldwide

RAI (Itália)

RT (Rússia)

RTVE (Espanha)

Sky News Arabia

Zayed Radio for Holy Quran (Emirados Árabes Unidos)

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