Na última segunda-feira (7), completou-se um ano da Operação Dilúvio de Al-Aqsa, organizada pela resistência armada da Palestina contra as forças de ocupação israelenses na Faixa de Gaza. A operação foi um sucesso, colocando de joelhos vários postos de controle do Estado fictício de “Israel” na região ocupada.
Desde então, a imprensa ligada ao imperialismo não cansa de falar o quanto “sofreram” os israelenses após a essa incursão do Hamas e de seus aliados. Não dão a mínima importância para os mais de 100 anos de ocupação e humilhação sob a qual vivem os palestinos desde quando os sionistas resolveram acreditar que aquele território milenar dos árabes e palestinas agora deveriam pertencer a eles.
A princípio, essa mesma imprensa não deixou faltar manchetes e noticiários afirmando que a operação teria matado cerca de 1.200 israelenses. Quando a poeira baixou, a realidade veio à tona. A verdade é que os próprios soldados da ocupação mataram a maior parte de seus próprios cidadãos.
Uma investigação do jornal israelense Haaretz, com base em documentos e depoimentos de soldados, encontrou provas de que o exército israelense começou a abater os seus civis às 7h18 – apenas 52 minutos após o início da ofensiva.
Várias outras matérias de outros veículos de comunicação começaram a colocar em xeque o discurso de imprensa ligada ao Mossad. Relatos da própria imprensa israelense confirmaram agora que a Diretriz Aníbal, que autoriza o assassinato de civis de “Israel”, não foi apenas reativado em 7 de outubro – se é que realmente desapareceu – mas foi estendido aos civis israelenses capturados a caminho de Gaza.
O portal Intifada Eletrônica traz uma série de matérias e artigos que mostram claramente que ordens do comando do exército de “Israel” eram para matar todos, incluindo os reféns capturados pela resistência. Ou seja, colocaram em ação imediatamente a Diretriz Aníbal. Seguem conclusões do portal
- “Israel” expandiu o uso de sua assassina Diretriz Aníbal – projetada para impedir que soldados fossem capturados vivos como prisioneiros de guerra – matando muitos de seus próprios civis.
- O uso da Diretriz Aníbal foi confirmado em um relatório da ONU publicado em junho.
- Ataques de helicópteros, drones, tanques e até mesmo tropas terrestres israelenses foram deliberadamente realizados para impedir que combatentes palestinos capturassem prisioneiros israelenses vivos, que poderiam ser trocados por prisioneiros palestinos.
- Por iniciativa da Divisão local de Gaza, a Diretriz Aníbal foi executada imediatamente, menos de uma hora após o início da ofensiva palestina.
- Ao meio-dia, uma ordem inequívoca foi dada pelo alto comando militar israelense (o chamado quartel-general “Pit”, bem abaixo do edifício Hakirya de “Israel”, no centro de Telavive) para invocar a Diretriz Aníbal em toda a região, “mesmo que isso signifique colocar em risco ou prejudicar as vidas de civis na região, incluindo os próprios prisioneiros”.
- O bombardeio de prisioneiros israelenses por “Israel” continua em Gaza até hoje.
- O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu admitiu em uma reunião em dezembro com prisioneiros libertados e famílias de prisioneiros que eles estavam “sob nossos bombardeios” em Gaza.
Depoimentos de prisioneiros do Hamas para diversos veículos de comunicação não deixam dúvidas que a maior parte dos ataques contra civis e os próprios soldados israelenses partiram do próprio exército de ocupação. Para o The Guardian, Chen Almog-Goldstein, uma mulher que foi capturada pela resistência e estava em um supermercado junto com seus três filhos afirmou que os israelenses estavam bombardeando o local. O bombardeio “estava se aproximando de nós a ponto de os guardas do Hamas colocarem colchões no chão para nos cobrir, e então nos cobriram com seus corpos para nos proteger dos tiros de nossas próprias forças”.
“Todos os dias no cativeiro eram muito difíceis”, disse um ex-detento em uma reunião com lideranças israelenses. “Eu estava em uma casa quando havia bombardeios por toda parte. Estávamos sentados em túneis e tínhamos muito medo de que, não o Hamas, mas Israel nos matasse, e então eles diriam: ‘O Hamas matou você.’”
Outro detento libertado disse: “O fato é que eu estava em um esconderijo que foi bombardeado, e tivemos que ser contrabandeados para longe, e fomos feridos. Sem mencionar que fomos alvejados por um helicóptero quando estávamos a caminho de Gaza… Vocês estão bombardeando as rotas do túnel exatamente na área onde eles [os outros cativos] estão.”
De acordo com o portal Intifada Eletrônica, em novembro do ano passado, Nof Erez, um coronel da Força Aérea israelense, admitiu em um podcast em hebraico que a resposta à Operação Dilúvio de Al-Aqsa “foi um Hannibal em massa”. Também houve uma situação incrivelmente caótica naquele dia. Em um artigo separado de Yoav Zitun, o exército israelense admitiu uma “imensa e complexa quantidade” do que chamou de incidentes de “fogo amigo”.
Há também vários relatos de que soldados do exército de ocupação desesperados com a situação começaram a atirar indiscriminadamente acertando quem tivesse pela frente. Em meio ao confronto iniciado sem ordem do comando do exército, muitos civis israelenses foram atingidos. Outro ponto de extrema importância e deve ficar claro é destruição no local da famosa festa Rave Super Nova. Soldados da resistência não teriam força e armamento de destruição como foi visto no local.
Segundo relatório da ONU, oito helicópteros Apache foram enviados para o local para tentar conter a operação da resistência, junto a isso mais 23 tanques estavam na região. Os veículos que ficaram completamente destruídos só podem ter sido alvo de ataques de armamentos bélico como mísseis bombas e metralhadoras vindas de veículos aéreos, como os helicópteros, por exemplo.
Portanto, essas são algumas das informações que esclarecem e que mostram que aqueles que imprensa gosta de chamar de “terroristas” e que mataram centenas de israelenses na verdade são os próprios israelenses. Nos dias de hoje, há fontes sobrando esclarecendo o despreparo, desespero e o comando do exército de ocupação para matar em massa.