Ao que eclodiu a guerra nacional de libertação, diferentes grupos vieram à luz do dia para a imprensa burguesa. Um dos mais comentados, no entanto, é o Fatá (“Fatah”), acrônimo para Movimento de Libertação Nacional da Palestina. O grupo teve seu início em 1959, fundado por Iasser Arafat e Khalil al-Wazir. Arafat, nascido no Cairo, Egito, filho de pais palestinos, tornou-se figura central do grupo até sua morte em 2004. Sua trajetória rumo ao ativismo nacionalista e antissionista começou na universidade, onde aderiu às ideias de resistência palestina após a criação do Estado de “Israel” pelo imperialismo em 1948.
Após a Guerra Árabe-Israelense, Arafat voltou ao Egito e desempenhou papel significativo nas organizações estudantis, presidindo a União Geral dos Estudantes Palestinos entre 1952 e 1956. Com o passar dos anos, ele se uniu a outros militantes para fundar o Fatá, um movimento que pregava o fim de “Israel” e a criação de um Estado Palestino.
Nos primeiros anos de sua existência, o Fatá operou em vários países árabes, realizando ataques a alvos israelenses. É importante ressaltar que a propaganda sionista tende a minimizar a ação armada do Fatá, atribuindo exclusivamente aos “radicais” do Hamas e grupos associados.
A entrada do Fatá na OLP, em 1967, tornou-o o principal grupo dentro da organização, e sua história passou a se confundir com a própria história da OLP. Fundada em 1964, a OLP surgiu como uma iniciativa da Liga Árabe para unificar as organizações de luta palestinas. Com o estatuto que defendia a Palestina com as fronteiras do tempo do Mandato Britânico, a organização tinha como objetivo combater o sionismo.
A OLP agrupou as principais organizações de luta palestinas, incluindo o Fatá, a Frente Popular para a Libertação da Palestina, a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, entre outras. A criação da OLP intensificou a atividade desses grupos contra “Israel”, principalmente a partir dos campos de refugiados palestinos nos países vizinhos.
Entretanto, apesar do apoio formal à OLP, a relação com os governos árabes não era totalmente favorável. A situação dos palestinos nos campos de refugiados, influenciando o restante da população árabe, era vista como uma ameaça pelos governos reacionários da região, o que culminou em eventos como o Setembro Negro.
A base principal da OLP era a Jordânia, país com grande número de refugiados palestinos. Em 1970, o rei Hussein tentou desarmar e expulsar a guerrilha palestina do país, resultando em um massacre conhecido como Setembro Negro, onde estima-se que milhares de palestinos perderam a vida.
Apesar dos desafios e das derrotas, Iasser Arafat emergiu como líder popular entre os palestinos e os árabes. No entanto, o declínio do domínio da OLP foi marcado pela Primeira Intifada, um levante popular que sinalizou a necessidade de uma abordagem mais radical. Foi nesse cenário que o Hamas, o Movimento de Resistência Islâmica, surgiu e se desenvolveu.