A ministra das mulheres do Governo Lula, Aparecida Gonçalves, esteve na capital da Paraíba, João Pessoa, na última quinta-feira (25) para lançar na Assembleia Legislativa do estado a campanha “Brasil sem Misoginia”.
Segundo a ministra, a campanha representa uma proposta de mobilização nacional de todos os setores brasileiros — governos, empresas, sociedade civil, ONGs, movimentos sociais, entidades, instituições de ensino, torcidas organizadas, times de futebol, grupos religiosos, artistas, entre outros — com o objetivo de “enfrentar a misoginia – o ódio e todas as formas de violência e discriminação contra as mulheres”.
Além disso, a ministra também esclareceu que o Governo Federal estabeleceu três eixos de prioridade no Ministério das Mulheres: igualdade, a partir da Lei da Igualdade Salarial; inclusão das mulheres mais pobres no mundo do trabalho e a questão do enfrentamento à misoginia, a violência contra as mulheres.
Apesar do destaque a pontos importantes como o salário e o emprego, o programa do ministério das mulheres insiste em enfatizar o combate às consequências do atraso da condição social da maioria das mulheres, mas não a sua causa.
Na própria página do Ministério lê-se que o intuito do programa é “estimular debates e reflexões sobre papéis sociais atribuídos a mulheres e homens e mobilizar a sociedade para as necessárias mudanças de comportamento dos grupos”.
O próprio fato de se apoiar em empresas e ONGs já deixa claro o caráter limitado da proposta da ministra, que muito provavelmente não conseguirá ir além de atos de demagogia.
Uma política que pretenda realmente mudar a situação crítica em que a grande maioria das mulheres brasileiras vive precisa priorizar as questões materiais e não uma coisa abstrata como a “misoginia”.
É a falta de dinheiro, é a falta de comida, é a falta de creche e não a falta de reflexão, que coloca as mulheres em condição de vulnerabilidade e violência na sociedade.
Sem políticas públicas concretas e firmes, nenhuma mudança social significativa será realizada.