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Faixa de Gaza

Com quase mil vítimas, massacre do Hospital Árabe completa um ano

Quase 500 mortos e mais 300 feridos foi o saldo do bombardeio que "Israel" e a imprensa tentaram esconder, mas impulsionou uma "fúria sem precedentes" contra o terror sionista

Na última quinta-feira (17), o bombardeio criminoso contra o Hospital Árabe al-Ahli, na cidade de Gaza, perpetrado pelo regime sionista de “Israel”, resultando em 471 mortos e 342 feridos, conforme o Ministério da Saúde de Gaza, completou um ano. O ataque vitimou refugiados palestinos que se abrigavam nas instalações do hospital, entre mais de mil que buscavam no local uma proteção contra os incessantes bombardeios usados para aterrorizar o povo palestino.

Após o ataque bárbaro, a reação inicial do governo nazista de Benjamin Netaniahu foi de tentar atribuir a responsabilidade pelo ataque à Resistência Palestina, alegando cinicamente que “a explosão foi resultado de um foguete mal lançado por terroristas em Gaza”. No entanto, tal mentira foi desmascarada em 20 de outubro pela ONG britânica Forensic Architecture, que provou, sem margem de dúvida, que os foguetes que destruíram o hospital eram israelenses.

Nesse intervalo entre a falsa acusação de Netaniahu e a verdade finalmente revelada, porém, diversos meios de comunicação imperialistas trataram de difundir a versão da ditadura sionista. Órgãos como Associated Press, CNN, The Economist, The Guardian e The Wall Street Journal, além da ONG Human Rights Watch, trabalharam para reforçar a mentira propagada por Netaniahu. Essa colaboração criminosa entre a imprensa imperialista e “Israel” fez parte de um esforço deliberado para confundir a opinião pública e desviar a atenção dos verdadeiros culpados. 

Após a investigação feita pela Forensic Architecture, porém, a cobertura do ataque ao hospital mudou rapidamente. O britânico The Guardian, por exemplo, passou a informar que “a escala da explosão parecia estar fora das capacidades de qualquer grupo militante”. Entre as reviravoltas causadas pelas informações conflitantes prestadas pela propaganda imperialista, destaca-se a da também britânica BBC.

Ainda na noite do ataque, o correspondente do órgão Jon Donnison, afirmou ao vivo que “é difícil ver o que mais isso poderia ser, além de um ataque aéreo israelense, dado o tamanho da explosão”, acrescentando que, “quando vemos foguetes sendo disparados de Gaza, nunca vemos explosões dessa escala”. No dia 19, com a versão sionista ainda sendo reforçada, o vice-diretor de notícias da BBC, Jonathan Munro, criticou a cobertura do correspondente dizendo que Donnison “estava errado ao especular sobre a causa da explosão do hospital”.

Finalmente, no dia 23, a rede que inspirou o “Ministério da Verdade” do escritor George Orwell publicou uma nota dizendo: “aceitamos que, mesmo nessa situação de rápida movimentação, foi errado especular dessa forma sobre as possíveis causas e pedimos desculpas por isso, embora ele não tenha informado em nenhum momento que se tratava de um ataque israelense”.

O francês Le Monde também se retratou sob sua cobertura, mas mantendo o apoio à ditadura sionista. O jornal disse não ter sido “cauteloso o suficiente” em sua cobertura inicial ao atribuir a responsabilidade do exército israelense sem esclarecer que o Ministério da Saúde de Gaza é administrado pelo Hamas. A explicação ainda mencionava a dificuldade de verificação das informações no terreno, já que o exército sionista impede o acesso de jornalistas à Faixa de Gaza, destacando a necessidade de prudência. O jornal prometeu reforçar a lembrança de que os números de vítimas em Gaza são frequentemente difíceis de verificar devido ao bloqueio imposto por “Israel”.

Após a confirmação da autoria, o norte-americano The New York Times afirmou que tentou obter registros de atividades militares de “Israel” na área do hospital no dia do ataque. No entanto, o enclave imperialista se recusou a compartilhar qualquer evidência de suas operações no momento da explosão.

A repercussão do massacre foi massiva, provocando ondas de protestos ao redor do mundo. No Oriente Médio, manifestações ocorreram na Cisjordânia, Irã, Egito, Iraque, Jordânia, Cuaite, Líbano, Líbia, Marrocos, Catar, Síria, Tunísia, Turquia e Iêmen. Em Ramalá e outras cidades palestinas, manifestantes protestaram contra Mahmoud Abbas, criticando sua colaboração com “Israel”, enquanto a polícia palestina, a serviço da Autoridade Nacional, usou gás lacrimogêneo e granadas de choque para dispersar os protestos. Em Istambul, milhares de pessoas marcharam em frente ao consulado israelense, e na Jordânia, manifestantes tentaram invadir a embaixada sionista, em uma clara demonstração de revolta contra a política genocida de Telavive.

O impacto também foi sentido fora do Oriente Médio. Nos Estados Unidos e na França, protestos eclodiram diante das embaixadas desses países no Líbano, devido ao apoio incondicional desses governos à ditadura sionista.

Entre os convocadores dos protestos estava o partido revolucionário libanês Hesbolá, que emitiu um comunicado contundente: “as declarações de condenação não são mais suficientes”, convocando o povo árabe e muçulmano a tomar as ruas em um ato de fúria contra as atrocidades sionistas e pressionar os governos a tomarem ações concretas contra o genocídio na Palestina. Além disso, o Hesbolá responsabilizou diretamente os EUA pelo bombardeio do hospital em Gaza, afirmando: “os Estados Unidos são direta e completamente responsáveis por esse massacre e por todos os crimes cometidos pelo inimigo sionista”.

O aniversário do atentado bárbaro que foi o bombardeio do Hospital Árabe al-Ahli se soma à longa lista de crimes de guerra cometidos pelo ditadura sionista, com o respaldo de potências imperialistas como os EUA e a União Europeia. Apesar do controle rígido da comunicação e dos ensaios para submeter o planeta a uma censura em escala planetária não conseguiram conter a reação popular e as massivas manifestações em todo o mundo, que mostram a indisposição das massas em aceitar as mentiras e manipulações da ditadura sionista, além do apoio popular mundial à luta pela libertação da Palestina, que se intensifica com cada nova atrocidade cometida por “Israel”.

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