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América do Sul

Com eleições próximas, polarização aumenta na Venezuela

Imperialismo vem usando pesquisas sabidamente mentirosas para criar um clima de que oposição "ganhou"

Com eleições marcadas para o próximo domingo (28), o presidente da Venezuela e candidato em busca da reeleição, Nicolás Maduro, comentou no último dia 23 as declarações do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre as eleições no país vizinho. Na última segunda (22), o mandatário brasileiro havia dito estar “assustado” com as declarações do líder venezuelano, em entrevista a jornalistas.

“Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora”, declarou Lula.

Ironizando o ataque gratuito, Maduro sugeriu que Lula tomasse um “chá de camomila”, sem direcionar diretamente a declaração ao presidente, mas deixando pouca margem para dúvidas quanto a quem se direcionava sua fala: “Eu não disse mentiras”, disse o líder venezuelano, “só fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila”. A declaração ocorreu durante a realização de um comício na cidade de San Carlos, capital do Estado de Cojedes.

A frase exata do presidente venezuelano que acabou provocando a crítica de Lula ocorreu durante comício realizado na Parroquia de La Vega, na capital venezuelana, Caracas, quando o presidente fazia um chamado aos apoiadores para uma ampla mobilização popular, que garantissem a “maior vitória na história eleitoral”, destacando o perigo de uma vitória da direita:

“Em 28 de julho, se não querem que a Venezuela caia num banho de sangue, numa guerra civil fratricida como resultado dos fascistas, garantamos o maior sucesso, a maior vitória na história eleitoral do nosso povo”. Quem viu a mobilização da extrema direita no Brasil, na Bolívia e em diversos outros países da América Latina não faria outra coisa além de concordar com o dirigente bolivariano. Maduro não estaria errado caso mostrasse disposição para enfrentar golpes orquestrados pelo imperialismo (muito pelo contrário); porém, que não foi isso o que ele disse.

Logo depois, Jorge Rodríguez, presidente do Legislativo e chefe de campanha do Partido Socialista Unidos de Venezuela (PSUV), reforçou que Maduro tem razões de sobra para alertar o povo venezuelano sobre a extrema direita que se opõe ao governo. Em coletiva de imprensa, afirmou que a oposição vai acusar fraude no processo eleitoral e não reconhecerá os resultados.

A exemplo de tantos casos no continente, Rodriguez lembrou que há a possibilidade de conflitos e que a parte mais extremista da oposição vai perseguir os chavistas, caso esteja no poder. O parlamentar garantiu, entretanto, que o governo reconhecerá o resultado das eleições e vai sair para as ruas para defender o resultado “nem que seja com a nossa própria vida”.

Está muito claro que a burguesia e o imperialismo estão preparando uma campanha contra o resultado eleitoral na Venezuela, sem que ninguém tenha apresentado qualquer indício de fraude. Um dos indícios disso são as famosas pesquisas de opinião, nada além de instrumentos de propaganda, mas que vêm divulgado a teoria absurda de que Maduro perderia para a oposição, que conquistaria mais de 60% dos votos.

Por princípio, a esquerda deveria ter o hábito de desconfiar e  tais pesquisas. Além disso, é preciso considerar o fato de a oposição venezuelana ser, acima de tudo, um grupo serviçal dos EUA, que os apoia e financia. Se alegam terem feito uma pesquisa, no mínimo, é preciso desconfiar, lembrando que a ditadura mundial dos monopólios está envolvido em ações desonestas e criminosas no mundo inteiro. Por que acreditar que justamente na Venezuela estão falando a verdade?

É preciso, por fim, destacar como as máscaras vão sendo derrubadas pela evolução dos acontecimentos. No Brasil, não se pode sequer demandar o comprovante de voto impresso, pois a urna eletrônica é sagrada, enquanto na Venezuela a eleição já é considerada fraudada antes mesmo de acontecer. Isso é uma questão de dois pesos e duas medidas. Em regimes dominados pelos monopólios, não se pode falar em fraude, porém o quando país ou as eleições em questão fortalecem os inimigos do imperialismo, aí temos fraude, farsa e tudo o que permita desacreditar o regime de oposição. Trata-se de uma hipocrisia grotesca.

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