A Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia confirmou na última segunda-feira (18) a reeleição do atual presidente do país, Vladimir Putin, com 87,28% dos votos válidos, que lhe valeram mais seis anos à frente da maior nação do mundo. Segundo a CEC, mais 75 milhões de russos votaram pela continuidade de seu comando à frente do gigante eslavo, em um pleito marcado pelo recorde de comparecimento dos eleitores às urnas (ao contrário do Brasil, o voto é facultativo nas eleições russas).
Mais de 74% dos cidadãos aptos a votarem compareceram, superando a cifra das eleições de 2018 (67,47%). O maior percentual de comparecimento foi registrado na República Chechena, onde mais de 90% da população votou, número similar à da região de Kemerovo e da República de Tyva. As eleições presidenciais também foram organizadas pela primeira vez nas novas regiões da Rússia – as Repúblicas Populares de Donetsk (DPR) e Lugansk (LPR), bem como nas regiões de Kherson e Zaporozhye.
Em sua campanha para manter-se no Crêmlin, Putin teve como adversários o candidato do Partido Comunista, Nikolay Kharitonov, Vladislav Davankov, do partido New People, e Leonid Slutsky, do Liberal Democrats, obtiveram 4,31%, 3,85% e 3,20%, respectivamente. Apesar da expressiva votação recebida, o imperialismo atacou sua eleição, considerando-a antidemocrática. Durante uma conferência de imprensa, o correspondente da rede norte-americana NBC, Keir Simmons, questionou a legitimidade da eleição russa, citando vários pontos de discórdia entre Washington e Moscou.
O recém-reeleito chefe de Estado russo respondeu às calúnias lembrando que os EUA têm seus próprios problemas, já que o principal candidato à presidência no pleito que ocorre esse ano, o republicano Donald Trump [não nomeado na resposta] está sendo atacado pelos tribunais do país que querem dizer o que é democrático e o que não é.
Putin prosseguiu denunciando “a aplicação do recurso administrativo por meio do sistema judicial” e chamou a ameaça de proscrição de Trump uma situação “risível” e “uma vergonha mundial” para o principal país imperialista do mundo. “Tenho todos os motivos para acreditar que não há democracia, pelo menos no que diz respeito à campanha eleitoral, em algumas nações ocidentais, incluindo os EUA“, concluiu Putin.
Segundo o presidente russo, os ataques do imperialismo, questionando a eleição russa, representam uma reação “previsível”. “O que você esperava?”, perguntou, “que eles se levantassem para aplaudir ou algo assim? Eles estão lutando contra nós, inclusive com armas”, lembrou o líder russo.
De acordo com Putin, os ataques verbais não são realmente dirigidos a ele pessoalmente, mas às “forças que estão atrás de mim, que buscam fortalecer a Rússia, melhorar sua soberania, defesa e independência econômica“.
A lembrança das estripulias do imperialismo para garantir a reeleição do norte-americano Joe Biden é importante para desmascarar a farsa por trás das acusações. Em 2020, muitos questionamentos foram feitos em relação à derrota do próprio Trump para o atual presidente norte-americano, Joe Biden, levando uma multidão de opositores da vitória do atual presidente democrata a uma grande manifestação na capital, ocorrida em 6 de janeiro de 2021.
Antes, no entanto, o sistema eleitoral dos EUA teria o escandaloso caso da vitória do homem de confiança das petrolíferas, o republicano George W. Bush, contra o democrata Al Gore. Após uma crise, a Suprema Corte dos EUA decidiu contra recontagens pedidas e mesmo em andamento, levando o candidato republicano a ser consagrado vencedor do pleito, no que muitos consideraram uma vitória fraudulenta e um escândalo. São episódios que mostram, no entanto, que os EUA são o último país do mundo a poderem criticar o processo eleitoral de outros países.
Apesar da tentativa do imperialismo de isolar a Rússia, chefes de Estado da China e da Índia, bem como vários líderes da Ásia Central, do Caribe, da América Latina e de outras partes do mundo já parabenizaram Putin por sua vitória.
De concreto, o imperialismo teve uma derrota na Rússia. O nacionalismo russo dá uma grande demonstração de força e evidencia capital político suficiente para manter uma longa guerra contra a OTAN na Ucrânia. Diferente dos governos imperialistas, que se afundam em crise nos EUA e na Europa.




