Neste domingo (28), aconteceram as eleições presidenciais venezuelanas. Mais uma vez a direita pró-imperialista faz de tudo para derrubar o governo de Nicolás Maduro, a continuação do regime político bolivariano iniciado com Hugo Chávez. O governo Maduro, por sua vez, se preparou para as eleições com antecedência, chegando a fazer uma grande campanha política já em 2023 com a questão de Essequibo, a campanha eleitoral também foi gigantesca. Mas ao que tudo indica a direita se prepara para uma nova campanha golpista.
No final da noite, com 80% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou a vitória de Nicolás Maduro com 51,2% dos votos. O candidato do imperialismo, Edmundo González Urrutia, substituto de María Corina Machado, terminou o pleito com 44,2% do total.
Após ter convocado uma imensa manifestação de apoiadores ao Palácio Miraflores, sede do governo venezuelano, o presidente reeleito lembrou todo o cerco que o país sofre pela ação genocida do imperialismo, destacando, porém, a força da mobilização popular, fundamental para as derrotas da ditadura dos monopólios na nação vizinha:
“Não conseguiram com as sanções econômicas, não conseguiram com os ataques, não conseguiram com as ameaças, não conseguiram agora e nunca conseguirão”, disse Maduro em seu comício após a vitória.
Um total de 21.392.464, de uma população de 30 milhões, foram convocados às urnas para eleger, um entre 10 candidatos, Maduro ou nove da oposição. O presidente que governará a Venezuela durante o período de 2025-2031. Os dois principais candidatos se enfrentam: o presidente Nicolás Maduro, representante único do governo sob a aliança do Grande Polo Patriótico, que busca um terceiro mandato, e Edmundo González Urrutia da Plataforma Unitária Democrática (PUD), o principal bloco da oposição, é o candidato do imperialismo na eleição.
Cerca de 910 convidados e observadores de todas as partes do mundo, incluindo o Painel de Especialistas das Nações Unidas, a União Africana (UA), o Centro Carter dos Estados Unidos, o Conselho de Especialistas Eleitorais Latino-americanos, o grupo BRICS, e outros supervisionam o processo eleitoral.
Maduro abriu as eleições, votou às 6 da manhã e declarou: “ninguém levará a Venezuela ao caos, para isso temos uma justiça eleitoral. Eu, Nicolás Maduro, me comprometo a respeitar a justiça eleitoral e convido todos os partidos a respeitarem o órgão regulador“.
Um dos observadores internacionais foi Brian Mier, do Brasil 247, ele relatou sobre o ambiente nos locais de votação que o clima é de otimismo e participação ativa. “Estou numa escola onde está ficando cada vez mais cheia“, disse Mier. “Estão colocando cadeiras para as pessoas não ficarem cansadas enquanto esperam para exercer seu direito de votar”. Mier também observou a presença grande de cidadãos idosos e pessoas com deficiência que foram às urnas, ressaltando a acessibilidade e o empenho dessas pessoas em participar do processo democrático.
A agência de pesquisa venezuelana Hinterlaces publicou uma pesquisa feita ao meio-dia. Maduro apareceu com 54,57% dos votos. Edmundo González Urrutia, aparece em segundo lugar, com 42,82%. A pesquisa também indicou que a participação popular no pleito será em torno de 61,5%. Na Venezuela, para votar, é preciso ter ao menos 18 anos e o voto não é obrigatório. Já a agência norte-americana Lewis & Thompson também indicou que Maduro venceria com 55% dos votos.
O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, se pronunciou durante as eleições: “a projeção que tenho é que todo o processo se realize em paz e com civismo“. E continuou: “estamos também cuidando de nossas fronteiras. Nossas fronteiras estão fechadas. Estamos cuidando de nossos espaços marítimos, aéreos… Todos os espaços estão sendo devidamente cuidados pela Força Armada Nacional Bolivariana enquanto o povo da Venezuela vota“. O governo fechou as fronteiras durante o processo eleitoral para evitar qualquer tipo de intervenção internacional, algo que aconteceu nos últimos nas tentativas golpistas dos EUA.
As críticas da oposição pró-imperialista já começaram. Maria Corina Machado, uma das lideranças da oposição, declarou pouco antes do fechamento das zonas eleitorais: “uma questão muito importante refere-se às atas, de acordo com o artigo 337 do regulamento da Lei Orgânica dos Processos Eleitorais, as testemunhas têm direito às suas atas. Está também contemplado na página 17 do manual de votação: as nossas testemunhas têm direito às suas atas, e nenhuma testemunha sai do seu centro de votação sem ter a ata em mãos”.
Ela também declarou que: “em nosso monitoramento, houve 1.300 seções em que nossos observadores tiveram dificuldades para entrar. No momento, há apenas 13 mesas com problemas”. Machado disse que 18 seções eleitorais das 30.000 em todo o país “não puderam ser instaladas“. A líder da oposição também relatou uma “lentidão no processo e na digitalização dos cartões de identidade que não é justificada de nenhuma maneira. Esperamos que isso seja resolvido e acelere o processo“. No entanto, Machado afirmou que esses foram “exceções a um processo que se desenvolve pacificamente”.