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América Latina

‘Civilizados’ e ‘democráticos’ choram por Alberto Fujimori

Ditador sanguinário peruano foi enterrado com honrarias oficiais do regime

Em artigo publicado no periódico La Haine, o articulista Carlos Noriega afirma, com razão, que “os três dias de velório e o enterro do ditador Alberto Fujimori se tornaram uma operação de lavagem da imagem dos crimes da ditadura”. De fato, sob o governo de Dina Boluarte – que, inclusive, libertou o ditador da prisão -, Fujimori vem sendo tratado como um dos grandes homens da pátria peruana. Antes de ser enterrado, seu caixão, quando estava a caminho do cemitério, foi levado ao Palácio do Governo para uma última homenagem oficial do regime. O féretro, coberto com a bandeira peruana, entrou no Palácio do Governo carregado em ombros sobre um tapete vermelho, escoltado pela guarda presidencial. Foi recebido na porta pela presidente e todo seu gabinete ministerial.

“Foram dias de um espetáculo de louvores ao personagem que degringolou a política peruana, com silêncios sobre as violações dos direitos humanos e a grande corrupção de seu regime. Uma afronta à memória histórica do país, à democracia e às vítimas da ditadura”, explicou Noriega.

Falecido em 11 de setembro, aos 86 anos, Fujimori foi responsável por um dos regimes mais cruéis e sanguinários da América Latina. Entre seus crimes mais notórios, estão os de promover a esterilização praticamente forçada de camponeses e índios, especialmente as mulheres, e a perseguição implacável contra o Sendero Luminoso, um dos mais importantes movimentos de luta pela terra da história do continente americano.

Em seu artigo, Noriega destaca que “setores da direita e sindicatos empresariais, nostálgicos daqueles anos de ditadura em que todos os direitos foram destruídos e as pessoas foram assassinadas para benefício deles, choraram pelo ditador. Tentou-se usar a morte de um personagem sinistro, condenado por crimes de lesa-humanidade e corrupção, para buscar santificá-lo e impulsionar um relançamento político do nefasto autocrata, a quem agora procuram manter vivo politicamente”.

Não há dúvida de que a extrema direita, com todo o apoio do conjunto da burguesia peruana, transformou a morte de Fujimori em um grande palanque em defesa das sanguinárias ditaduras latino-americanas.

“No cemitério, os filhos de Fujimori, Keiko e Kenji, deram mensagens políticas de reivindicação do regime de seu pai. Houve choros e discursos que foram uma apologia à ditadura. Entre os elogios ao governo fujimorista, Keiko, três vezes candidata presidencial derrotada e líder do partido Fuerza Popular, com o qual o fujimorismo pretende retomar o poder, disse que a prisão de seu pai havia sido ‘injusta’, desconsiderando as contundentes provas que o condenaram pela Corte Suprema. Kenji lançou, como uma ameaçadora arenga política: ‘O Chino jamais vai morrer. Digo isso aos adversários do meu pai’. Enquanto o caixão descia à terra, ouvia-se a canção ‘El ritmo del Chino’, que tocou na campanha de 2000, a qual Fujimori venceu com fraude”.

Acompanhando o movimento de classe em defesa da memória de Fujimori, a grande imprensa, que sempre se diz tão preocupada com a “democracia” quando se trata de atacar regimes populares como o venezuelano, também resolveu “esquecer” os crimes de Fujimori. Resolveu “esquecer” que Fujimori promoveu um verdadeiro banho de sangue, com torturas, assassinatos e inclusive assassinato de pessoas que estavam presas.

Essa mesma imprensa não apenas presta hoje suas condolências aos herdeiros do fujimorismo, como efetivamente apoiou a ditadura militar peruana. Como apoiou, na verdade, todas as ditaduras na América do Sul, inclusive a do Brasil.

O comportamento da direita em relação à morte de Fujimori é um péssimo sinal. Indica que, na medida em que o mundo se encaminha para um grande enfrentamento entre o imperialismo e os povos oprimidos, os poderosos irão criar novos Fujimoris em todos os continentes.

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