O Rio Grande do Sul foi atingido no último final de semana por um ciclone subtropical, batizado de Biguá, que provocou rajadas de vento destrutivas, alagamentos, destelhamento de residências e a queda de energia em diversas localidades. O fenômeno climático deixou dois feridos em Butiá, onde o impacto foi mais severo: a estrutura de uma quadra poliesportiva foi arrancada pelos ventos, atingindo as vítimas. A tempestade também derrubou árvores e causou estragos em várias regiões, evidenciando mais uma vez a fragilidade das políticas públicas diante de eventos extremos.
O ciclone ocorre em um momento em que o verão ainda está no início, mas já repete o cenário de destruição do começo de 2024, quando chuvas acima da média causaram enchentes nos principais rios do Estado. Essas catástrofes, que deveriam ser combatidas com políticas de prevenção, não surpreendem: tratam-se de tragédias anunciadas, agravadas pela política neoliberal de cortes orçamentários, que enfraquece a infraestrutura e a capacidade de resposta das autoridades.
Diante das tragédias climáticas recorrentes e da evidente negligência do poder público, torna-se urgente repensar as políticas de prevenção e combate a desastres no Rio Grande do Sul e em todo o País. A classe trabalhadora e as entidades que representam seus interesses não podem aceitar o discurso neoliberal de que “não é hora de falar de política”. Muito pelo contrário: é exatamente agora que se deve expor a política de cortes e privatizações defendida pela burguesia, que sabidamente tem responsabilidade nesses episódios de destruição e sofrimento popular.