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Rio Grande do Sul

Chuvas no RS: centenas morrem enquanto bancos assaltam o povo

A redução de verbas e a destruição de órgãos estatais responsáveis pela prevenção de enchentes e demais consequências de chuvas e ciclones é a causa do que ocorre no RS

Desde o dia 26 de abril, fortes chuvas vêm assolando o estado do Rio Grande do Sul, causando inundações não só na capital Porto Alegre e nas principais cidades no estado, como também em muitas cidades do interior.

Com grande parte da infraestrutura urbana, comércios, residências e plantações destruídas, até o fechamento desta edição, já são 83 pessoas mortas, 111 desaparecidas e 291 feridas. Cerca de 149,3 mil pessoas já tiveram de deixar suas casas. Destas, 20 mil se encontram em abrigos, enquanto 129,2 mil permanecem desalojadas. Contudo, o número de pessoas afetadas já chega a 873 mil.

E a situação tende a se agravar, pois, no último domingo (5), já havia seis barragens em situação de emergência, com risco iminente de ruptura. No sábado, esse número era de apenas duas, segundo informações do governo do estado. Contudo, há um total de 18 barragens que apresentam fragilidades em suas estruturas. Cinco delas estão em nível de alerta, o que significa dizer que “anomalias [em sua estrutura] representam risco à segurança da barragem, exigindo providências para manutenção das condições de segurança”. Outras sete estão em “nível de atenção”, possuindo “anomalias [que] não comprometem a segurança da barragem no curto prazo, mas exigem monitoramento, controle ou reparo no decurso do tempo”.

Os órgãos da imprensa burguesa estão noticiando o ocorrido como se fosse um mero desastre natural, resultado de “mudanças climáticas”. Contudo, não é um mero desastre, mas um crime contra o povo. E o problema não são as chuvas, é um problema político. Trata-se da destruição neoliberal provocada pelo governo de Eduardo Leite, do PSDB, que governa o estado desde 2018. 

O jornal golpista Estadão publicou matéria com o título Abutres ideológicos já exploram a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul, fazendo de tudo para isentar de responsabilidade Eduardo Leite e o PSDB. O governador, seguindo a mesma política, declarou que “não é hora de achar culpados”. Conveniente, pois os culpados são ele, seu governo e seu partido.

As inundações, destruição e mortes que ocorrem no Rio Grande do Sul resultam do corte de verbas e da destruição dos órgãos estatais responsáveis pela prevenção de desastres e atuação imediata para resgate.

Por exemplo, no que diz respeito à Defesa Civil, em 2022, o orçamento do órgão já era de apenas R$1 milhão. Extremamente reduzido, especialmente para um estado historicamente atingido por fortes chuvas. Contudo, em 2023, as verbas foram reduzidas ainda mais: para míseros R$100 mil. Não bastasse isto, em 2024, esse valor foi reduzido para a metade. Um verdadeiro crime neoliberal contra o povo do Rio Grande do Sul.

Além disto, entre os anos de 2022 e 2023, também houve redução no orçamento da Gestão de Projetos e Respostas a Desastres Naturais, de R$6,4 milhões para R$5 milhões. Embora esse valor tenha subido para R$117 milhões em 2024, deve-se ressaltar que foi apenas depois da destruição que ocorreu no estado em setembro de 2023, quando mais de 90 pessoas morreram, também em decorrência de chuvas. Além disto, esse valor não é nada se comparado ao orçamento total de que dispõe o governo de Eduardo Leite (PSDB), isto é, R$83 bilhões.

No entanto, como típico governo neoliberal do PSDB, o governo de Eduardo Leite é lacaio dos bancos, impondo um teto nos investimentos públicos através da Lei de Diretriz Orçamentária e da Lei Orçamentária Anual.

É a política neoliberal do déficit zero, ou seja, o governo não pode gastar com a população. Neste caso, não pode gastar com a defesa civil, com infraestrutura para prevenir enchentes e demais consequências de chuvas e ciclones.

Ao contrário, o dinheiro que poderia ter evitado essa destruição, caso tivesse sido investido em benefício da população, foi parar na mão dos bancos, que consomem mais da metade do orçamento do País, isto é, rouba mais da metade da riqueza produzida pelo povo brasileiro.

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