A direção do Partido da Causa Operária (PCO) esteve recentemente na China para uma série de visitas e conferências que duraram cerca de 10 dias. Durante este período, foram visitados aproximadamente 30 locais em quatro cidades chinesas. A delegação destacou a importância das reflexões geradas por essa experiência, que compartilharam suas experiências na última sexta-feira (13), na TV 247, em entrevista concedida pelo presidente nacional do Partido, Rui Costa Pimenta, e que pode ser assistida abaixo:
A delegação do PCO pôde observar que a China apresenta um dinamismo econômico notável, com desenvolvimento tecnológico próprio e cidades bem cuidadas. Não foram encontrados sinais de miséria nas áreas visitadas, embora a cobertura não tenha sido completa. As indústrias chinesas impressionaram pela sofisticação, com destaque para aquelas que os anfitriões consideraram significativas.
O contraste com o Brasil foi um ponto importante. A delegação do PCO notou que a China realiza o que o Brasil deveria ter feito em termos de desenvolvimento e inovação. A crítica central foi a falta de uma revolução e a necessidade de uma mudança de regime político no Brasil para alcançar o mesmo nível de progresso. O governo chinês é visto como relativamente independente do imperialismo, ao contrário das instituições políticas brasileiras, que são vistas como instrumentos do imperialismo.
Durante a visita, também foi discutida a Iniciativa do Cinturão e Rota, um projeto significativo de investimento global da China. Recentemente, a China anunciou um investimento de 50 bilhões de dólares na África, contrastando com a política de pilhagem do imperialismo no continente. O investimento chinês é considerado um projeto de desenvolvimento econômico, ao contrário da exploração associada ao imperialismo.
No tocante à democracia, o sistema político chinês foi descrito como complexo. O país mantém um regime de partido único, resultado de uma revolução que estabeleceu um Estado Operário. Embora haja espaço para uma maior participação operária e sindical, a delegação não viu sinais de uma repressão severa, embora houvesse uma forte preocupação com segurança.
O padrão tecnológico da China foi observado como avançado, com investimentos significativos em automação e tecnologia digital. Visitas a fábricas, incluindo uma de porcelanas e outra de carros voadores, revelaram um alto nível de automação e inovação. A infraestrutura digital é amplamente desenvolvida, com uso universal da internet de alta velocidade e pagamentos digitais.
Em relação aos monopólios da Internet, a delegação do Partido descreveu que a China mantém um sistema restrito, mas não completamente fechado. O uso de VPNs é comum, e a delegação não encontrou grandes restrições na navegação na Internet. No entanto, a abordagem chinesa reflete um equilíbrio entre controle e liberdade, com a criação de sistemas alternativos necessários para proteger o país de influências externas.
A visita proporcionou uma visão detalhada das práticas e políticas chinesas. Acima de tudo, permitiu aos viajantes conhecer aas possibilidades que teria um país como o Brasil, o mais desenvolvido entre as nações atrasadas, livrando-se da barreira ao desenvolvimento nacional representada pela asfixia causada pelo imperialismo.