Ásia

Cerco dos EUA à China: ‘nova Guerra Fria’ esquenta

As movimentações que visam cercar a China são parte de uma estratégia global do imperialismo, que precisa esmagar o gigante asiático para manter sua ditadura sobre o mundo

O cerco à China pelo imperialismo vem se intensificando e os últimos desenvolvimentos deixam claro que a estratégia dos EUA e das nações desenvolvidas, de preparar o terreno para uma guerra de grandes proporções, com potencial de ser tão catastrófica quanto as grandes guerras do século passado. A escalada militar dos Estados Unidos e seus lacaios, como o Japão e a Austrália, demonstra que a crise do imperialismo os está levando a uma agressão direta contra países que não se curvam aos seus interesses. As movimentações militares recentes são a prova concreta de que o imperialismo está preparando o terreno para um conflito armado, na tentativa desesperada de manter sua hegemonia em decadência.

Reerguendo um fantasma militar

Após a Segunda Grande Guerra, o Japão foi obrigado a manter suas capacidades militares limitadas, mas agora está sendo pressionado pelos EUA a romper essa política. O Ministério da Defesa japonês apresentou um pedido de orçamento recorde de 8,5 trilhões de ienes (cerca de 58,5 bilhões de dólares) para o ano fiscal de 2025, um aumento de 7,4% em relação ao ano anterior. Esse crescimento exponencial nos gastos militares reflete a submissão do Japão aos interesses imperialistas dos EUA, que veem na militarização do país uma ferramenta crucial para cercar a China.

Os novos investimentos incluem 970 bilhões de ienes para reforçar as capacidades dos mísseis ar-superfície de médio alcance, 537 bilhões de ienes para expandir os sistemas integrados de defesa aérea e de mísseis, além de 227 bilhões de ienes para fortalecer as capacidades espaciais. Com isso, o Japão não apenas aumenta suas próprias capacidades militares, mas se torna uma base avançada das operações militares dos EUA na região, participando ativamente do cerco à China. Além disso, a construção de três novos destroyers e o desenvolvimento de drones e sistemas de inteligência artificial mostram que o Japão está preparado para agir como um cão de guarda do imperialismo no Pacífico.

O 51º estado

Enquanto o Japão se rearma, a Austrália está se transformando numa gigantesca base militar dos EUA. A cooperação entre os dois países, que já era forte, alcançou novos patamares com o tratado AUKUS, unindo Austrália, Reino Unido e EUA numa aliança militar que visa explicitamente a contenção da China. Esse acordo inclui a entrega de submarinos nucleares à Austrália, que por si só já é um movimento agressivo, dada a proximidade do país com o Sudeste Asiático e o Mar do Sul da China.

O ministro da Defesa australiano, Richard Marles, deixou claro o objetivo desse avanço militar ao afirmar que a Austrália está “trabalhando junto [com os EUA] para deter futuros conflitos e proporcionar segurança coletiva para a região em que vivemos”. No entanto, essa “dissuasão” nada mais é do que uma preparação para a guerra. A própria mídia imperialista reconhece isso, como o Washington Post, que em um artigo intitulado Australia offers U.S. a vast new military launchpad in China conflict admitiu que a Austrália está se tornando praticamente o “51º estado” dos EUA. A transformação de instalações militares como a Base Aérea Tindal em um ponto estratégico de lançamento de operações militares contra a China deixa claro que o país está sendo usado como um peão pelos EUA na sua ofensiva imperialista.

Além das novas construções, como depósitos de combustível e bunkers para munições, a Austrália também recebeu a promessa de ter submarinos nucleares dos EUA estacionados em suas águas. A transformação de bases antigas, como as construídas na Segunda Grande Guerra, em centros de operações avançadas, mostra que a Austrália está sendo preparada para desempenhar um papel central em uma possível guerra contra a China.

 

Ameaça nuclear

Enquanto seus aliados se rearmam e se preparam, os EUA divulgam abertamente que sua estratégia militar está mudando, afastando-se da guerra ao terrorismo e voltando-se para a preparação de um conflito direto com a China e a Rússia. Isso é uma ameaça clara e direta contra a soberania desses países, especialmente da China, que vem sendo alvo de uma agressão constante por parte do imperialismo.

A nova estratégia nuclear norte-americano, divulgada em 2022, inclui um foco em “dissuasão integrada”, que nada mais é do que a preparação para um ataque nuclear contra qualquer país que desafie a hegemonia americana. O próprio Departamento de Defesa dos EUA admite que essa estratégia visa impedir que países como a China realizem operações militares, citando especificamente a Ilha de Taiuã, que pertence à China. Qualquer tentativa dos EUA de intervir nessa questão seria uma agressão direta à soberania chinesa, mas os EUA, ignorando completamente o direito internacional, continuam a tratar Taiuã como uma peça no seu tabuleiro imperialista.

Os relatórios de 2019 sobre a estratégia dos EUA já indicavam que a guerra contra a China e a Rússia estava sendo preparada há muito tempo, amadurecendo conforme a crise do imperialismo se aprofundava. Agora, com a crise atingindo níveis sem precedentes, os EUA estão cada vez mais desesperados para esmagar qualquer resistência ao seu domínio. A modernização das forças armadas dos EUA, incluindo a criação da Força Espacial e a adoção de novas tecnologias militares, demonstra que os EUA estão dispostos a usar todos os meios à sua disposição, inclusive a ameaça nuclear, para manter sua posição hegemônica.

Um cerco se fechando

O cerco à China não é um movimento isolado, mas parte de uma estratégia global do imperialismo para manter sua ditadura sobre o mundo. O Japão, com seu rearmamento, e a Austrália, transformada numa base militar dos EUA, são peças-chave nesse cerco. A nova estratégia nuclear dos EUA deixa claro que o imperialismo está disposto a ir às últimas consequências para esmagar qualquer desafio à sua hegemonia.

Apesar de a China ainda ser um país atrasado, o gigante asiático alcançou um desenvolvimento impressionante. Este crescimento é acompanhado de uma aliança estratégica com a Rússia, outro país atrasado, mas de enorme relevância no cenário político mundial. Juntas, essas nações estão construindo uma rede de alianças que se estende por todo o mundo, desafiando a ditadura imperialista. Esses países superam em muito outros que já impuseram derrotas aos EUA, como Vietnã e Afeganistão, demonstrando que sua capacidade de influência e poder é incomparável.

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