Nos EUA, os “centros contra o aborto” arrecadaram 1,4 bilhão de dólares no ano de 2022, isto é, o ano em que a deliberação da suprema corte contra o aborto foi aprovada. Destes, 344 milhões foram repassados pelo governo. As denúncias foram feitas por uma organização em defesa do direito ao aborto e publicadas pelo jornal The Guardian. Nos EUA a direita se organizou de tal maneira contra o aborto que criou diversos “centros de gravidez antiaborto” que imitam clinicas médicas, mas tem como único objetivo aterrorizar as mulheres para não abortarem.
Após a Suprema Corte derrubar a decisão Roe v. Wade, que tornava o aborto legal em todo o EUA, diversos estados deixaram de permitir que as mulheres pudessem exercer o seu direito. Isso fez a direita avançar ainda mais e alegar que suas clínicas falsas são essenciais para auxiliar as mulheres que gostariam de interromper a gravidez, mas não conseguem viajar para outro estado para realizar o aborto.
Mike Johnson, o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, em uma manifestação contra o aborto, a “Marcha pela Vida” no mês de janeiro, afirmou que “aqueles são os centros dos quais os estados dependem para ajudar mães e pais. Esses centros fornecem um importante apoio material para as mulheres grávidas”. A colocação de um dos mais importantes políticos do país demonstra que a campanha da direita contra o aborto é gigantesca.
No início deste ano, sob a liderança de Johnson, a Câmara aprovou um projeto de lei que impediria o Departamento de Saúde e Serviços Humanos de restringir o financiamento para “centros contro o aborto”. Os governos estaduais, por sua vez, estão enviando grandes financiamentos para programas que apoiam esses centros. Desde a decisão da suprema corte, pelo menos 16 estados concordaram em destinar mais de 250 milhões de dólares para esses programas de 2023 a 2025.
A análise da Reproductive Health and Freedom Watch examinou documentos fiscais 990, que a maioria das organizações isentas de impostos dos EUA deve arquivar anualmente, de 1.719 centros de gravidez antiaborto no ano fiscal de 2019 e de 1.469 no ano fiscal de 2022. A análise confirma que a indústria de centros de gravidez antiaborto está crescendo: enquanto a receita dos centros em 2022 ultrapassa US$ 1,4 bilhão, ela estava mais próxima de US$ 1,03 bilhão em 2019, mesmo que mais centros tenham sido incluídos na análise anterior.
O tamanho do orçamento das organizações contra o aborto, isto é, uma indústria bilionária, é uma demonstração de que essa campanha, provem da burguesia. A classe operária, única capaz de emancipar a mulher, em sua luta contra a burguesia dos EUA é a única capaz de conquistar esse direito crucial para as mulheres.