A rádio militar Kan, de “Israel”, confirmou, na quarta-feira (27), que o ministro das Comunicações israelense, Shlomo Karhi, apresentou um projeto de lei para fechar escritórios de redes internacionais que “trabalhem contra o Estado israelense”. O Projeto tramita pelo parlamento de “Israel” (Knesset) em sua segunda e terceira leitura e tem previsão de ser aprovado no dia 1º de abril.
A legislação volta-se, em particular, à cobertura que vem sendo feita pela rede de notícias Al Jazeera, sediada em Dorra, na capital do Catar, além de entidades similares. Sob pretexto de “segurança”, o projeto de lei autoriza o Ministério das Comunicações a adotar amplas medidas de censura.
Em declaração, Shlomo Karhi disse que “apesar de todos os contrapesos absurdos [em alusão ao judiciário e parlamento], obtivemos uma ferramenta rápida e efetiva para agir contra aqueles que abusam da liberdade de expressão para ferir a segurança de Israel e seus soldados”; e acrescentou: “A lei será aprovada na próxima segunda-feira [1°], no plenário do Knesset. Em seguida, começaremos a aplicar medidas urgentes contra numerosas emissoras estrangeiras que ferem a segurança do Estado”.
Por sua vez, o presidente do comitê responsável no Knesset, Zvika Foghel, declarou: “Aprovar a lei constitui parte importante do muro defensivo do Estado de Israel”. A medida compreende ações contra a liberdade de imprensa, expressão e assembleia nos territórios palestinos ocupados.
Entre as medidas previstas, estão: fechamento de redações, apreensão de equipamentos, bloqueio de transmissões e websites, remoção de emissoras das redes de radiodifusão a cabo e por satélite, punições individuais, entre outras.
Ao instituir – agora oficialmente – a censura à cobertura dos órgãos de imprensa das operações criminosas genocidas que o exército judeu executa contra civis indefesos palestinos, “Israel” aprofunda ainda mais o caráter de ditadura do regime sionista, embora continue propagando ao mundo que o país é uma “democracia liberal”.
Sob ataque em quase todo o mundo, a liberdade de expressão, opinião e manifestação está na alça de mira dos regimes autoritários e/ou pseudo-democráticos, sob as bênçãos das “democracias liberais ditas civilizadas”, que buscam impor a censura às denúncias das atrocidades cometidas contra os povos oprimidos e indefesos pelos governos alinhados ao imperialismo e, obviamente, pelo próprio imperialismo.
No Brasil, a campanha reacionária e direitista contra a liberdade de expressão e os direitos democráticos da população tem o aval de um expressivo setor da esquerda pequeno burguesa nacional identitária, que vem endossando todas as restrições que o Estado burguês (judiciário) vem impondo às tênues liberdades democráticas ainda existentes no país.