Nessa sexta-feira (26), a Causa Operária TV (COTV) foi informada pelo YouTube que a empresa derrubou mais de 30 vídeos de seu canal e desmonetizou não só a COTV, mas todos aqueles canais que foram identificados como parceiros.
Segundo apurou este Diário, o YouTube usa como pretexto para censurar a imprensa do PCO uma suposta violação das diretrizes da plataforma envolvendo “conteúdo que apoie, promova ou ajude organizações criminosas ou extremistas violentas”. Ou seja, a COTV estaria sendo penalizada pela defesa que faz da resistência armada palestina, composta por grupos como o Hamas, a Jiade Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
Em seu comunicado, o YouTube esqueceu de mencionar que tais grupos não são considerados nem segundo a legislação brasileira, nem pela Organização das Nações Unidas (ONU) “organizações criminosas ou extremistas violentas”. Em outras palavras, a empresa está utilizando a lei de outro país – os Estados Unidos – para censurar um veículo de imprensa brasileiro.
A decisão do YouTube ignora completamente o que diz a legislação nacional, impondo uma dura censura à COTV por lutar contra “Israel” e, consequentemente, ir contra os interesses do imperialismo.
Nesse sentido, a censura que a Google está impondo ao PCO não é um caso típico, mas sim um ataque à soberania nacional. Em 2022, o Partido teve suas contas nas redes sociais – incluindo a COTV – derrubadas por ordem de Alexandre Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF); agora, a organização trotskista está sendo censurada, em última instância, pelo governo norte-americano, que é quem, na prática, controla a Google.
Trata-se de uma empresa estrangeira atropelando a legislação nacional para censurar o PCO. Trata-se da censura de um partido brasileiro por uma empresa estrangeira, controlada por um governo estrangeiro, com base na legislação desse governo. Um claro atentado à soberania do Brasil.
Nas últimas semanas, Elon Musk, bilionário dono do X (antigo Twitter) divulgou uma série de documentos sigilosos que comprovam que o STF, o Tribunal Superior Eleitoral, a Polícia Federal, entre outras instituições brasileiras impuseram uma dura censura nas redes sociais nos últimos anos. Diante disso, a esquerda pequeno-burguesa inventou a teoria de que Musk estaria atentando contra a soberania nacional por simplesmente denunciar que as instituições do Brasil não estavam seguindo o que diz a sua própria legislação.
E agora? Será que a esquerda denunciará com tanto fervor quanto no caso Musk-Mores este claro ataque que a Google está desferindo contra a soberania brasileira?