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Camilo Duarte

Militante do PCO e colunista do Diário Causa Operária. É formado em Física pela UFPB.

Coluna

Ceder ao invés de lutar

ID 2 de junho da FASUBRA demonstra falência politica da burocracia

No dia 9 de julho, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnicos-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA) publicou o informe ID nº 2 de Julho. O informe era composto pelos pontos de convocação da coordenação LGBTQI+, Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC), 8º Encontro Nacional de Comunicadores e Ativistas Digitais, Reajuste Anual do Piso Salarial dos Profissionais de Enfermagem e o Calendário do bimestre julho e agosto.

Foco da direção

Chama a atenção a dispersão da comunicação, cinco tópicos, após uma greve extensa concluída com pontos em aberto. Neste momento os esforços da organização deverias em fecha os importantes pontos em dubiedade, que incluem os encaminhamentos acerca do ponto durante a greve e RSC, entres outros.

Entretanto, vemos aproximadamente 25% do informe utilizado com tema LGBTQI+, um debater que foge a objetividade, enredando para a subjetividade e o outro tema as políticas de comunicação. Considerando ainda que parte das forças na federação, no ponto de comunicação, estão defendendo uma política contrárias aos interesses da coletividade, como a censura, sob a argumentação de regulamentação.

Unidade na ação

Essa dispersão de temas, e encaminhamentos demonstrar a fragilidade política da direção a frente organização da categoria. Com essa divergência, sem pontos comuns de interesses da categoria, essa direção não consegue ter uma frente de ação entre seus elementos, que dirá unificar e mobilizar a categoria.

Não ha um programa difundido na categoria, fazendo da greve mais uma ação bastante espontânea da base. Nesse processo as direções do momento pouco impulsionam o movimento, servindo mais como um freio ao mesmo, devido aos interesses exclusivos da burocracia.

O SINTESPB, sindicato do qual integro a base, é um exemplo mais próximo do houve na FASUBRA. Sua diretoria colegiada mau se comunicou com a base, entravando sua organização, conseguiram desmobilizar a categoria pelo cansaço.

Como exemplo, a direção colegiada atual do SINTESPB conseguiu evitar a ocorrência reuniões de finanças no Comando Local de Greve (CLG). Em mais de cem dias de greve houve apenas uma reunião da comissão de finanças do CLG, no momento da instituição, após a burocracia conseguiu impedir suas realizações.

Travessia da traição

Falando de investidas da burocracia contra a categoria, no campo das finanças chama atenção uma ação da Travessia (PSOL). Eles conseguiram bloquear as finanças do sindicato durante a greve, deixando o já delapidado fundo de greve, zerado por eles com uma festa em momento anterior a greve e gasto ineficientemente pelo restante da burocracia, inacessível por alguns dias.

Tenho dificuldades para imaginar traição maior que esta a no decorre de uma greve. Nesta ocorrência chamar atenção a complacência e desinteresse do restante da burocracia que aceitou pacificamente o atentado a mobilização da categoria.

‘Uma vitória’

A derrota vergonhosa de uma greve massiva e extensa foi coroada com os louros da glória e apresentada a categoria como uma vitória. Ao ouvir um sindicalista da Movimento Luta de Classes (MLC, UP) branda a vitória da categoria, me questionei se estávamos falando da mesmas categoria e greve.

Esse foi o único momento que a maioria da burocracia apresentou alguma unidade, foi realizada uma frente para expor a derrota, fruto de suas políticas, como uma vitória. Ignorando inclusive a questão do ponto, que ainda pode assola os paredistas.

O que é o RSC

Um dos principais pontos do informe supracitado foi acerca do RSC, um ponto que o governo deixou em aberto, mas que não está claro nem mesmo para os sindicalistas. O informe colocava em questão se o modelo seria ou não baseado em titulação, pessoalmente acho um tanto estranho “negociar” algo que não concebo.

O modelo baseado na titulação praticamente replica uma rubrica já estabelecida de Incentivo a Qualificação (IQ), perdendo assim o seu sentido. Temos com grande argumento apresentado para esse modelo sua suposta facilidade para a administração.

Se desconhecemos a política do TAES na Luta, seria confuso ver a mesma pequena burguesia, que estava culpando o PT e pronta para clamar o “Fora Lula” querer facilitar para a administração do governo Lula. Ainda mais que essa defesa foi feita em parceria com a UNIR (PT), dois grupos de visível limosidade, talvez por estarem competidos pelo mesmo espaço.

Modelo inicial

A ideia vendida a categoria acerca do RSC, era basicamente a instituída no modelo não lastreado em titulações acadêmicas. Esse modelo viria justamente para beneficiar a maioria da categoria que não consegue obter as titulações em tela.

Abandona esse modelo implicar em limitar os benefícios a maioria da categoria, uma política segundo os TAES na Luta é pró administração, mas, na verdade, é uma política pró privatização do ensino ao contribuir com o sucateamento salarial da categoria.

Ceder ao invés de lutar

O grande argumento defendido pelos membros do TAES na Luta, facilitar para a administração, além de contribuir para o sucateamento do ensino, encobre outro ponto importante, a capitulação. A política da UNIR (PT) e TAES na Luta, capitular por antecipação, não se propondo a organizar qualquer mobilização para garantir os interesses da categoria nos pontos em abertos, esse setor da burocracia entregasse a administração antes de qualquer embate.

Daqui podemos deduzir dois pontos, primeiro este setor da burocracia não acredita na possibilidade de vitória da categoria. Desconhece por completo a força da mesma, não se propondo assim a uma disputa que acredita ser inatingível.

O segundo aspecto é que, como citado antes, esses setores concorrem pelas migalhas oferecidas pela administração a burocracia sindical. Essa ânsia em agrada à administração demonstra isso, demonstrando que sua preocupação está na escassez das benesses estatais e não nos interesses da base.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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