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HISTÓRIA DA PALESTINA

Cataebe Hesbolá, grupo que liderou a expulsão dos EUA do Iraque

Também conhecido como Hesbolá do Iraque, a milícia popular xiita faz parte do Eixo da Resistência, e desde 7 de outubro, já realizou 65 ações militares contra "Israel"

Incapaz de atacar o Irã, em resposta à Operação Promessa Cumprida, ação militar histórica que enterrou de vez o poder de dissuasão de “Israel” e dos EUA no Oriente Próximo, o Estado Sionista perpetrou ataque criminoso contra posições das Forças Populares de Mobilização (FPM), inclusive o quartel-general do Chefe do Estado-Maior. Contudo, mostrando que a resistência iraquiana não vai se curvar perante os ataques covardes dos sionistas, as FMP responderam bombardeando a base aérea de Ovda, no sul de “Israel”, e o porto de Eilat, um de seus mais movimentados portos, localizado no Golfo de Aqaba.

As Forças Populares de Mobilização são uma coalizão de organizações armadas iraquianas que travam a luta para expulsar o imperialismo norte-americano definitivamente do Iraque. Sendo elas um dos membros do Eixo de Resistência, igualmente luta contra “Israel”, em defesa do povo palestino. Um das principais organizações das FPM é o partido Cataebe Hesbolá, ou simplesmente Hesbolá do Iraque.

Não é o mesmo Hesbolá que surgiu e continua lutando no Líbano em apoio aos palestinos. A coincidência dos nomes é o seu significado: Partido de Alá. Além disto, ambos foram formados pela população de seus respectivos países para repelir a invasão do imperialismo. No do Líbano, a invasão foi feita primariamente por “Israel”. No caso do Iraque, fala-se da invasão norte-americana e britânica, que teve início em 2003.

Foi neste ano que o Cataebe Hesbolá foi criado, a partir do agrupamento de várias organizações armadas menores que resistiam aos invasores imperialistas. Seu fundador foi Jamal Jafaar al-Ibrahim, também conhecido como Abu Mahdi al-Muhandis, que significa “Pai de Mahdi, o Engenheiro”

Combatente iraquiano que também possuía cidadania iraniana, al-Muhandis fora membro das Brigadas Badr, milícia xiita iraquiana que lutou ao lado do Irã na Guerra Irã-Iraque (1980-1988). Quanda da criação do Cataebe Hesbolá, Al-Muhandis era um conselheiro da Força Quds, grupo de operações especiais e de inteligência da Guarda Revolucionária do Irã, de forma que o grupo, desde sua criação, já fazia parte do Eixo de Resistência, travando uma luta consequente contra os EUA e “Israel”, não só para a libertação do Iraque, mas de todo o Oriente Próximo.

Uma vez organizado, e após anos combatendo os invasores imperialistas do Iraque, sem que a coalizão militar liderada pelos EUA conseguisse derrotá-lo, em 2007 o Cataebe Hesbolá não podia mais ser ignorado. Nessa época, suas ações militares de resistência contra bases norte-americanas no Iraque, assim como contra comboios de soldados da coalizão imperialista, eram filmadas e divulgadas. Por exemplo, em 15 de março daquele ano, quatro soldados norte-americanos foram aniquilados no leste de Bagdá (capital do Iraque) por explosivos improvisados feitos pelo Cataebe Hesbolá.

A resistência iraquiana, após oito anos de luta, e mais de um milhão de mortos, derrotou a invasão. O imperialismo teve de retirar as tropas do país, embora os EUA tenham mantido algumas bases lá. É impossível listar aqui todas as ações do Cataebe Hesbolá, que, junto das ações dos demais grupos armados, tornaram impossível que a invasão continuasse. Contudo, é certo que foram muitas e intensas, pois em 2 de julho 2009, a milícia popular xiita foi designada uma organização terrorista pelo Departamento de Estado dos EUA. Conforme noticiou a agência de notícia Reuters à época, a justificativa dada pelo governo norte-americano foi que “a organização foi responsável por numerosos atentados com dispositivos explosivos improvisados, ataques com granadas lançadas por foguetes e operações de franco-atiradores, incluindo um ataque com foguetes em Novembro de 2008 que matou dois funcionários da ONU”. Isto é, o Cataebe Hesbolá foi considerado pelos EUA como terrorista por lutar pela libertação nacional do Iraque, contra os invasores norte-americanos.

Após os EUA fugirem do Iraque, o país ainda continuou sendo acossado por guerras provocadas pelo imperialismo, que se utilizou do Estado Islâmico para desestabilizar a região e eventualmente retomar o controle. Nesta época, o Cataebe Hesbolá fez parte da coalizão de forças que lutou contra o Estado Islâmico, sendo uma das organizações que assumiu a dianteira da luta. Participou das seguintes batalhas: 

  • Campanha de Saladino
  • Levante do Cerco de Amirli 
  • Libertação de Jurf Al Sakhar 
  • Ofensiva Dhuluiya 
  • Batalha de Baiji (2014–2015) 
  • Segunda Batalha de Tikrit

A luta contra o Estado Islâmico no Iraque foi de 2013 a 2017. Foi nessa época, especificamente no ano de 2014, em que o Cataebe Hesbolá, junto de outras seis organizações armadas xiitas, formaram as Forças Populares de Mobilização.

Assim como atualmente a luta do grupo não fica restrita ao Iraque, mas é travada também em apoio à Palestina, naquela época, sua luta anti-imperialista se expandiu para além de seu território: o Cataebe Hesbolá participou da chamada Guerra Civil da Síria, combatendo a agressão do imperialismo e de seus agentes (por exemplo, o Estado Islâmico) contra o governo nacionalista de Bashar al-Assad e o povo sírio. Segue, abaixo, a lista de algumas das batalhas em que o grupo lutou:

  • Cerco de al-Fu’ah e Kafriya
  • Ofensiva de Aleppo (outubro-dezembro de 2015) 
  • Ofensiva do norte de Aleppo (fevereiro de 2016)
  • Ofensiva de Palmira (março de 2016)
  • Campanha no deserto da Síria (maio a julho de 2017)
  • Ofensiva de Abu Kamal 2017
  • Ofensiva Rif Dimashq (fevereiro a abril de 2018)

Desde que o Hamas, liderando a resistência palestina, realizou a Operação Dilúvio de al-Aqsa, no dia 7 de outubro, o Cataebe Hesbolá já realizou 243 ações militares em apoio à Revolução Palestina, sendo 90 contra alvos no Iraque, 88 contra alvos na Síria e 65 contra alvos em “Israel”. Isto que entre o Iraque e o Estado sionista está a Jordânia e a Arábia Saudita, dois países árabes subservientes ao imperialismo na região.

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