As empresas estatais – que não deveriam ter como objetivo obter lucro, mas servir às necessidades de toda a população – obtiveram lucros exorbitantes e a maior parte desses lucros vai para satisfazer o apetite dos grandes capitalistas nacionais e internacionais.
O Brasil é sem dúvida um dos países prediletos dos grandes especuladores financeiros, nacionais e estrangeiros.
Levantamento feito pela consultoria Meu Dividendo, com a colaboração da Valor Investe, destacou que, no ano de 2023, empresas garantiram R$218,8 bilhões no que se refere à distribuição de dividendos para os acionistas na bolsa brasileira.
O que chama a atenção, é que entre os 10 ativos que tiveram maior retorno por ação, os três primeiros colocados são bancos públicos: em primeiro lugar o Banco da Amazônia, que remunera em média R$5,32 por ação; em segundo lugar o Banco do Brasil, que remunera R$ 4,57 por ação; e em terceiro lugar o Banco do Nordeste, pagando R$3,52 por papel.
Agora, em termos de volume de pagamento de dividendos, mais uma vez a Petrobras foi a primeira colocada, ao distribuir R$ 62,7 bilhões aos seus acionistas; o Banco do Brasil, por sua vez, ocupou o terceiro lugar, quando distribuiu R$13,1 bilhões em dividendos.
A entrega dessa enorme quantidade de recursos, que vão parar nas mãos de meia dúzia de parasitas especuladores financeiros, está em completa contradição com os interesses dos trabalhadores e da população brasileira. A farra com os recursos das empresas nacionais, em grande medida, é graças à pressão dos grandes capitalistas nacionais e internacionais que controlam as instituições do Estado brasileiro e mostra, também, que o governo Lula está extremamente pressionado e não consegue encaminhar uma política que dê fim a essa sangria dos recursos nacionais.
Para se ter uma ideia, com o golpe de tornar o Banco Central “independente”, o presidente da instituição, Campos Neto, um verdadeiro capacho dos banqueiros internacionais e nacionais, mantém a taxa selic a maior do mundo, de forma que os gastos financeiros para 2024 estejam orçados em R$ 2,7 trilhões, ou seja, um recurso gigantesco que vai parar no bolso dos especuladores financeiros.
Deve-se ter em mente que o Brasil tem uma população muito pobre, com quase 10 milhões de desempregados, e quase quatro milhões de desalentados, que nem mesmo entram nas estatísticas de desemprego, porque desistiram de procurar um. A pobreza atinge 31,6% da população no Brasil, sendo que 12,7 milhões de pessoas se encontram em situação de extrema pobreza.
Por outro lado, a política dos grandes banqueiros, capitalistas, imperialismo e os seus lacaios em solo brasileiro para com os trabalhadores e a população em geral, é de que ignorar por completo as necessidades desse povo, interessando-lhes mesmo somente o lucro, a qualquer preço.
Diante disto, é necessário que as organizações de luta dos trabalhadores organizem uma campanha no sentido de defender as empresas estatais e preservar os interesses nacionais. Nada de lucro para especuladores financeiros. Os lucros das empresas nacionais devem estar voltados para o interesse dos trabalhadores e do povo brasileiro.





