Nesta quinta-feira (12), a Folha de São Paulo realizou uma sabatina com João Jorge Pimenta, candidato do PCO à prefeitura de São Paulo. Durante a entrevista, Pimenta abordou a dificuldade dos partidos ideológicos em obter representação significativa no Congresso e o crescente avanço da direita no Brasil. Ele apresentou sua crítica ao sistema político atual e suas propostas para uma mudança na abordagem da esquerda.
Ele afirma: “no Brasil, nenhum partido ideológico conseguiu uma bancada expressiva no Congresso. Vamos falar o que é verdade. O PT tem um balaio de gatos em termos de ideologia. É o maior partido de esquerda que nós já tivemos. Agora, quem que tem essa bancada ideológica no Congresso? Nem o PL, que também é um balaio de gatos, conseguiu. Se você for ver os bolsonaristas pra valer, que elegeram o presidente das República seis anos atrás, eles têm 40 deputados de 500. O Lula, que é a pessoa mais popular da história do Brasil, também tem 50 ou 60 deputados que são lulistas pra valer. O caso aqui não é um especial. O sistema político está profundamente falido“.
Sobre a direita, João Pimenta destacou: “olha, o avanço da direita internacionalmente é um fenômeno, não é só no Brasil. E ele surge dos erros da esquerda. Você tem uma política sistemática da esquerda de se afastar dos interesses fundamentais dos trabalhadores, adotando posições estranhas sobre questões de costumes, etc. Hoje, mais se fala sobre esses temas do que sobre o problema de quanto o cidadão vai receber de salário mínimo. Qual é a idade mínima pra ele se aposentar? Você tem situações, inclusive, eu acho que é um absurdo, se a pessoa fala que a Tabata Amaral é de esquerda, só que ela roubou a aposentadoria de todo mundo no Congresso.”
E segue: “agora, se é a minha opinião, a esquerda está conseguindo sucesso onde ela rompe com essa ideologia identitária e volta a defender os direitos dos trabalhadores. Nós tivemos um caso na Alemanha, na eleição do partido da Sahra Wagenknecht. Ele cresceu às custas da extrema direita e ocupou um espaço político novo. Então, eu considero que o problema aqui é ideológico. Se você defender os direitos dos trabalhadores e se mostrar como uma força antissistema, você vai crescer. Só que a esquerda se apresenta como um apêndice do sistema. Isso é uma das coisas que a nossa candidatura quer mudar”.