Candidato pelo PSOL, com apoio do PT, que não lançou candidatos em São Paulo, Guilherme Boulos, já gastou incríveis seis milhões de reais em sua campanha de rua (conforme a prestação de contas do TSE). Isto é, Boulos, o suposto esquerdista, só conseguiu fazer campanha pagando milhares de cabos eleitorais para que pedissem voto para ele. Os cabos eleitorais de Boulos alegaram receber 1.350 reais, cada, para participar da campanha – algo típico de uma campanha de partidos burgueses. O contrato de prestação de serviço para o divulgador exige “panfletagem, distribuição de folhetos, divulgação de candidatura por todos os meios permitidos por leis, inclusive eletrônicos”.
Além do dinheiro, Guilherme Boulos, para não restar dúvidas, apresentou as propostas mais direitistas possíveis, impossibilitando o distinguir dos demais candidatos de direita. O candidato promete aumentar o efetivo da GCM, prometendo o aumento da repressão policial, com apoio de Alexandre Gasparian, ex-comandante da ROTA, que integrou o governo. Vale lembrar que o ex-comandante chefiou a chacina em Osasco em 2015.
A esquerda, sobretudo petista, que acredita que chamar o voto no Boulos seja o “mal menor”, é necessário reviver o importante intelectual revolucionário, Wilhelm Liebknecht, em seu folheto: Nenhum compromisso, nenhum acordo eleitoral, publicado em 1899, onde afirma que os trabalhadores precisam distinguir seus inimigos irreconciliáveis, apesar das máscaras. O apoio ao candidato da burguesia, que oferece menor risco, serve apenas para confundir a classe trabalhadora, o que, é em si, é reacionário.