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Oriente Médio

Câmaras de tortura de ‘Israel’ são ameaça para o mundo

Instalações clandestinas servem para praticar as piores atrocidades contra o povo palestino

As câmaras de tortura de “Israel” estão em locais desconhecidos da maioria da população, como em calabouços, salas subterrâneas etc. Na Galileia, havia um prédio de concreto monótono que não aparecia em nenhum mapa. Até que um o jornal Haaretz decidiu publicar uma matéria denunciando o local, o que levou a administração sionista a retirar até mesmo as placas de trânsito indicativas do local “instalação 1391”.

Tratava-se de um complexo bastante fortificado e construído na década de 1930 para reprimir os resistentes ao domínio britânico na Palestina. Por várias décadas “Israel” manteve presos cidadãos estrangeiros, na maioria árabes, sem o conhecimento dos tribunais israelenses, dos grupos de direitos humanos e da Cruz Vermelha.

Haviam jordanianos, egípcios, sírios e iranianos, além de libaneses do sul do país durante os 18 anos da ocupação israelense do Líbano. Com base nas técnicas desenvolvidas e aplicadas por “Israel” na instalação 1391, os Estados Unidos iriam torturar iraquianos e outros em Abu Ghraib e Guantánamo.

Até hoje não se sabe quantos prisioneiros estão na instalação 1391, nem há quanto tempo ou se existem outras semelhantes. Testemunhos iniciais coletados dos prisioneiros revelam condições horríveis. Relataram que foram mantidos em privação dos sentidos, e obrigados a usar óculos escuros, exceto enquanto eram torturados. No caso de um libanês que foi levado ao tribunal, ele relata que foi sodomizado com um bastão pelo “Major George”, o principal torturador do local.

Uma nova prisão secreta israelense, a Sde Teiman foi noticiada pela emissora norte-americana CNN através de uma investigação do próprio jornal. Essa outra instalação foi criada há vários meses para abrigar não estrangeiros, mas homens e rapazes palestinos vítimas da ocupação israelense, capturados nas ruas de Gaza e da Cisjordânia desde 7 de outubro de 2023.

Nesse dia, foram 1.150 israelenses mortos e 250 prisioneiros foram levados de volta para Gaza como cativos para troca. As revelações sobre os horrores ocorridos nesse novo “lugar negro de Israel”, idênticas as da instalação 1391, não receberam atenção da imprensa internacional imperialista.

A CNN detalha, ao longo do seu artigo, as condições degradantes e brutais que os palestinos sequestrados são submetidos em Gaza e na Cisjordânia. Intitulou a matéria como “amarrados, vendados, mantidos em fraldas”Não é conhecido o número de palestinos aprisionados nesse campo secreto israelense, mas fotos de satélite mostram que o local no deserto de Negev está sendo expandido rapidamente, sem dúvida para abrigar novos prisioneiros palestinos.

Alguns palestinos que saíram desse campo e do sistema de encarceramento estavam completamente destroçados, além de que, em novembro e dezembro passados, homens e rapazes foram vistos desfilando quase nus, amarrados e de olhos vendados, nas ruas de Gaza e Cisjordânia. Eles começaram a compartilhar suas experiências de vários meses.

Quando os próprios funcionários desse presídio israelense, Sde Teiman, começaram a revelar histórias ainda mais horríveis que as anteriores, a imprensa imperialista mundial continuou a ficar em silêncio, com exceção da CNN.

Os palestinos são usados como animais de laboratório. Vários denunciantes disseram também à CNN que os palestinos foram encarcerados durante semanas em Sde Teiman e que foram torturados tanto nos interrogatórios como nas condições da prisão. Que são obrigados a sentar-se vendados em colchões finos durante o dia, no calor do deserto, e dormir à noite na região fria. São obrigados a ficar em silêncio, imóveis e constantemente algemados. Qualquer um que quebre o silêncio ou se mova corre o risco de ser espancado violentamente até quebrar os ossos.

Os detidos têm as mãos e pés fortemente amarrados com pulseiras por tanto tempo que às vezes têm que amputar os membros, segundo os relatórios. O que se passa em Gaza não é apenas vingança, é o terror em escala industrial do que se passa na prisão secreta Sde Teiman.

A situação de vida nos hospitais de campanha do campo de detenção é reveladora. Lá ficam os mutilados durante a destruição em Gaza ou os feridos pelos soldados israelenses. Todos são algemados em macas, vendados e nus apenas com uma fralda de adulto e não estão autorizados a falar. Ficam assim sentados por dias e noites em estado de total privação dos sentidos, sem nada que os distraia das dores, dos ferimentos, e ainda os médicos israelitas podem usar sua carne exposta como experimentos.

Um denunciante diz que esse lugar ficou conhecido como “o paraíso para os estagiários”. Eles estão autorizados a usar os palestinos como “ratos de laboratório” e são encorajados a realizar procedimentos médicos que não estão qualificados. Ele relatou à CNN, “pediram-me para aprender como realizar procedimentos em pacientes, realizando pequenos procedimentos que estavam completamente fora do meu conjunto de habilidades”.

Frequentemente, esses procedimentos eram realizados sem anestesia, não por falta dela, mas porque era escolha deliberada. Ao contrário de Gaza, os médicos têm fácil acesso aos anestésicos.

Um dos relatos mais significativos de maus-tratos por parte da Sde Teiman israelense é o do Dr Mohammed Al Rhan, chefe de cirurgia do hospital Indonésio, agora destruído por “Israel”. Ele foi “preso”, na verdade, sequestrado, em dezembro e levado para Sde Teiman, conforme relato da CNN. Não havia relatos de ter participado de combates junto ao Hamas contra “Israel” ou de ter ligações com o Hamas. Foi sequestrado junto com outra equipe médica no hospital Al-Ahli Al-Arabi. Foi obrigado a fugir do Hospital Indonésio depois que este foi bombardeado por Israel e os funcionários foram severamente espancados.

Os ataques sucessivos de “Israel” a Gaza resultaram num número incontável de pessoal médico mortos ou desaparecidos. A destruição de hospitais e serviços médicos é outro crime contra a humanidade praticado por “Israel” e que a imprensa procura cuidadosamente evitar de reconhecer.

Marwan Barghouti é considerado um provável lider do povo palestino. É membro do Movimento de Libertação Nacional Palestino, liderado por Mahmoud Abbas, que por sua vez, é rival do Hamas. Está preso a 22 anos e quase irreconhecível depois de espancamentos que o deixou cego do olho direito, conforme relatado por outros presos e pelo grupo de direitos humanos. Sofre de uma luxação no ombro direito, ocorrido após agressão que não foi tratada. Ele foi arrastado pelo chão, algemado e despido, na frente de outros reclusos na prisão Ayalon, conforme relatado por seu advogado israelense. Foi submetido a fome severa, ocasionando perda de muito peso. O mesmo acontece com todos os presos palestinos desde outubro.

O Hamas tem todo interesse em manter os prisioneiros na melhor condição possível, pois são uma valiosa moeda de troca para garantir a libertação dos palestinos dos locais de intensa tortura, como Sde Teiman, e tirar o exército de “Israel”  de Gaza e Cisjordânia. Outro aspecto que a imprensa imperialista não reconhece é que “Israel” não está sob a mesma pressão que os palestinos em Gaza. O estado ocupante pode impor qualquer tipo de repressão aos palestinos com pouca repercussão já que são clientes preferenciais de Washington.

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