A quatro meses do Carnaval de 2025, a burguesia já ensaia uma ofensiva contra a realização dos blocos de rua no centro de São Paulo. Representada pelo Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Centro, ligado à Secretaria da Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), a direita planeja até mesmo uma ação judicial para limitar os cortejos e impedir o Carnaval de rua, que mobiliza uma enorme parcela da população.
Um relatório do Conseg Centro critica o Carnaval com alegações sobre a “sujeira” deixada por foliões, o volume alto dos trios elétricos e danos ao patrimônio público, além do fechamento de vias como a Consolação e as avenidas Ipiranga e São Luís. O presidente do Conseg, Cândido Prunes, sugere que esses eventos são um “problema para a cidade” e está em busca de detalhes sobre a organização de 2025 para questionar o evento judicialmente.
Organizadores dos blocos criticam o relatório, alegando que ele expressa uma política reacionária contra manifestações culturais populares. Thiago França, fundador de um dos blocos mais tradicionais, acusa o Conseg de tentar impedir o Carnaval e limitar o uso do espaço público pela população.
A prefeitura de São Paulo, em nota, informou que dialoga com moradores e organizadores para definir a logística do evento e apontou uma pesquisa que mostra 95% de satisfação dos paulistanos com o Carnaval de rua.