Uma pesquisa encomendada pela Genial Quaest ouviu eleitores com 16 anos ou mais entre os dias 4 e 7 de abril. Ela está sendo divulgada pelo O Globo e mediu a aprovação do governo Lula em quatro Estados do país – São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Segundo a pesquisa, a avaliação negativa do governo superou a positiva.
É óbvio que não devemos considerar como realidade o que dizem essas pesquisas, ainda mais quando se trata de um instituto tendencioso ligado à burguesia. No entanto, é sempre bom levar em consideração os números, por mais que não sejam totalmente seguras eles expressam alguma coisa. Neste caso é um recado da burguesia para o governo.
Em São Paulo, o maior colégio eleitoral do Brasil, a Quaest ouviu 1.656 eleitores. A “aprovação” (50%) do governo empata com a “desaprovação” (48%), quando se considera a margem de erro de 2,4 pontos percentuais. E quando o pesquisador pede ao entrevistado para avaliar positiva ou negativamente o governo, o “negativo” bate 37% enquanto o positivo fica em 32% (29% responderam que veem o governo de forma “regular”).
Em Minas, segundo o maior colégio eleitoral do Brasil, a Quaest ouviu 1.506 eleitores. Lá, a “aprovação” (52%) do governo é superior numericamente à “desaprovação” (47%), mas significa um empate quando se considera a margem de erro de 2,5 pontos percentuais. Quando o pesquisador pede ao entrevistado para avaliar positiva ou negativamente o governo, o resultado é um empate em termos de margem de erro, embora o “negativo” (35%) supere numericamente o “positivo” (34%). Os que veem o governo de forma “regular” são 30%.
No Paraná, a Quaest ouviu 1.121 eleitores. No estado, a “desaprovação” (54%) do governo bate de longe a “aprovação” (44%). A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais. Quando o pesquisador pede ao entrevistado para avaliar positiva ou negativamente o governo, o resultado é: o “negativo” (41%) supera numericamente o “positivo” (30%). Os que veem o governo de forma “regular” são 27%.
Em Goiás, a Quaest ouviu 1.127 eleitores. A “aprovação” (43%) do governo é inferior à “desaprovação” (50%), numa pesquisa que tem margem de erro de 2,5 pontos percentuais. Quando o entrevistado avalia positiva ou negativamente o governo, o resultado é: o “negativo” chega a 40% enquanto o “positivo” fica em 32%. Os que veem o governo de forma “regular” são 27%.
Por que Lula vai mal?
Os resultados mostram que apesar das tentativas do governo Lula de modificar a situação do povo brasileiro, ele continua emparedado e cercado pelo congresso com as políticas contra os trabalhadores adotadas pelos governos golpistas anteriores. Lula está tendo que andar em uma corda bamba para fortalecer minimamente para positivo a vida econômica do trabalhador brasileiro.
No entanto, a pesquisa vem como um recado para o governo, ou melhor, uma tentativa para que o Lula vá ainda mais à direita. Ou seja, a imprensa golpista quer mostrar que o governo vai mal, o que de fato é uma realidade, porém não apresenta as dificuldades que o governo está tendo para governar para o povo. A cada pesquisa dessa, a burguesia puxa ainda mais as rédeas do governo para tirar do povo e dar para os banqueiros.
Com a pesquisa a burguesia quer dizer ao governo que ele está fraco e que não teria força para brigar contra eles. Sendo assim, Lula teria que ceder ainda mais às pressões da direita e ampliar as políticas neoliberais, o que é justamente o que traz essa impopularidade ao governo neste momento. É uma situação bastante delicada.
O objetivo da pesquisa é claro, colocar o governo de joelhos. Lula sem força seria um prato cheio para a burguesia ampliar suas medidas draconianas contra o povo. Por outro lado, Lula deve enfrentar de uma vez por todas esses bandoleiros políticos que só fazem retirar os direitos da população e dos trabalhadores.
Para que esses indicadores se modifiquem a favor do governo eleito para governar para o povo, é preciso ir para cima dessa direita neoliberal e defender com unhas e dentes os interesses da população, salário, terra, moradia, aumento de empregos, estatização de empresa estratégicas para o desenvolvimento nacional e assim por diante.
Isso somente será possível ancorado pela mobilização popular, movimentos sociais, partidos de esquerda, sindicatos devem ser o pilar dessas mobilizações e colocar o governo cada vez mais à esquerda e ao lado do povo para o qual foi eleito e cumprir suas promessas de campanha em prol dos trabalhadores e os demais oprimidos.