Bruno Henrique, atacante do Flamengo, está no centro de uma investigação da Polícia Federal, que o coloca como alvo principal da operação Spot-fixing, deflagrada nessa segunda-feira (4). As acusações giram em torno de um suposto esquema de manipulação de resultado esportivo, no qual o jogador teria provocado intencionalmente um cartão amarelo em uma partida contra o Santos no Campeonato Brasileiro de 2023, a fim de beneficiar parentes e amigos envolvidos em apostas esportivas.
A partida em questão ocorreu no dia 1º de novembro de 2023, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, onde o Santos venceu o Flamengo por 2 a 1. De acordo com as investigações da PF e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Distrito Federal, Bruno Henrique teria “agido deliberadamente” para ser advertido com o cartão, alegando que o atleta teria avisado familiares com antecedência sobre a penalidade, permitindo que eles lucrassem em apostas direcionadas.
A operação mobilizou mais de 50 agentes da Polícia Federal e seis promotores de Justiça do GAECO, que cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao jogador em cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves. Na casa de Bruno Henrique, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, a PF apreendeu aparelhos celulares, computadores e outros itens pessoais do atleta e de outros 11 investigados, entre os quais se incluem parentes de Bruno Henrique e pessoas vinculadas ao mundo do futebol.
Os suspeitos podem responder por crimes de fraude em competições esportivas e corrupção passiva e ativa, conforme a Lei Geral do Esporte, além de possíveis acusações por lavagem de dinheiro e associação criminosa. As ordens judiciais foram expedidas pela 7ª Vara Criminal de Brasília, e a operação se inspira no termo em inglês spot-fixing, que designa a manipulação de aspectos específicos de um jogo, sem interferir diretamente no resultado final.
Em resposta à operação, o Flamengo divulgou uma nota, destacando seu apoio ao atleta e reforçando a presunção de inocência de Bruno Henrique. O clube afirmou que, embora não tenha acesso aos autos, pois estes são secretos, apoiará as autoridades nas investigações e dará total suporte ao jogador, que segue treinando e está confirmado para a viagem da equipe a Belo Horizonte nessa terça-feira (5).
Trata-se de mais um caso de perseguição aos jogadores brasileiros e ao futebol nacional, frequentemente alvo de operações que ignoram a presunção de inocência e servem a interesses escusos. É o que aconteceu, por exemplo, com Lucas Paquetá, que chegou a ficar de fora da Seleção Nacional por pressão do imperialismo.