Embora o partido político Hamas seja o principal representante do povo palestino na luta contra “Israel” e o imperialismo, e as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam (seu braço militar) a organização armada que lidera as ações da resistência palestina contra as forças israelenses de ocupação, o combate armado ao sionismo é travado por várias outras organizações, as quais formam a chamada “Sala de Operações Conjunta” da resistência.
Uma delas, cujos combatentes também lutaram na operação Dilúvio de al-Aqsa, em 7 de outubro de 2o23, e que promovem ataques diários contra as tropas sionistas, são as Brigadas Mujahideen.
Essa organização é a ala militar do Movimento Mujahideen Palestino.
Assim como várias organizações armadas recentes do povo palestino, tanto o Movimento quanto suas Brigadas foram fundadas no ano de 2001, em meio à Segunda Intifada (2000 – 2005), uma mobilização revolucionária das massas palestinas contra a ditadura nazista de “Israel”, cujo estopim foi a visita provocativa de Ariel Sharon à mesquita de al-Aqsa e a repressão sionista que recaiu sobre os palestinos que protestaram contra isso.
Fundadas por Omar Abu Sharia (Abu Hafs), as brigadas tiveram participação ativa na luta armada contra as tropas sionistas durante os anos da Segunda Intifada, utilizando-se de franco-atiradores para aniquilar os invasores, atacando-os com lançadores de mísseis e mesmo recorrendo a ataques suicidas, mostrando a abnegação dos combatentes palestinos.
Citando exemplo de ação realizada pelo Movimento Mujahideen e suas Brigadas durante a primeira metade da década de 2000, há uma operação conjunta realizada com as Brigadas al-Qassam, no ano de 2004, atacando o assentamento Netzarim, na Faixa de Gaza.
Em razão de sua luta contra o sionismo, as forças de ocupação bombardearam, em 2005, a sede da organização, em Tal al-Hawa Gaza. O ataque resultou no martírio de inúmeros quadros, inclusive lideranças. Como “Israel” não conseguiu assassinar o fundador das Brigadas, a perseguição a Omar Abu Sharia continuou.
Nova tentativa de assassinato foi realizada pelas forças de ocupação, em outubro de 2006. O veículo de Abu Hafs foi alvo de ataque aéreo. Novamente, os sionistas falharam. Mas o líder das brigadas ficou gravemente ferido. Ademais, Rajai Al-Labban, um dos comandantes das Brigadas, que o acompanhava, foi assassinado.
Omar Abu Sharia faleceu em 24 de abril de 2007 em razão de seus ferimentos, dos quais nunca havia se recuperado. Contudo, seu martírio pelas mãos dos sionistas não foi suficiente para desmantelar o Movimento e as Brigadas Mujahideen. Pelo contrário, como frequentemente ocorre na história da luta palestina, o martírio das lideranças e notórios combatentes serve apenas para impulsionar o povo palestino a lutar com ainda maior ferocidade contra “Israel”.
Assim, após o assassinato de Abu Hafs, as Brigadas cresceram sob a liderança do Dr. Asaad Abu Sharia, irmão de Omar, que assumiu o posto de secretário-geral do Movimento Mujahideen Palestino.
Se Abu Hafs foi o responsável pela criação do Movimento Mujahideen e por mantê-lo vivo durante a dura repressão do sionismo à Intifada, Asaad foi fundamental em expandir a atuação das Brigadas em Gaza, organizando a criação de brigadas menores, batalhões e unidades especializadas.
A expansão do movimento também ocorreu na Cisjordânia, por meio das células mujahideen, as quais possuem atuação nos centros urbanos, em especial nas cidades de Jenin, Hebron, Tulcarem, Nablus e Jerusalém.
Com um nível superior de organização ao que possuíam quando da Segunda Intifada, as Brigadas Mujahideen lutaram aguerridamente pelo povo palestino durante as guerras de 2008, 2012, 2014, a Grande Marcha do Retorno, os conflitos de 2021 e, é claro, a operação Dilúvio de al-Aqsa e atual batalha pela libertação da Palestina, conforme já mencionado.
Em razão de sua liderança, as forças sionistas tentaram assassinar Asaad quatro vezes, mas sem sucesso, de forma que o líder palestino segue no comando das Brigadas.
Atualmente, na luta contra o genocídio que “Israel” perpetra diariamente contra Gaza, e contra a ofensiva sionista contra os palestinos na Cisjordânia, as Brigadas Mujahideen estão entre as organizações armadas de maior destaques, realizando feitos e promovendo baixas diárias contra as tropas sionistas, as quais são noticiadas pelo portal de notícias Press TV.
Como exemplo, apenas para citar os últimos três dias, as Brigadas Mujahideen realizaram os seguintes feitos revolucionários contra os invasores sionistas:
- Destruíram um tanque militar israelense Merkava-4, atacando-o com um míssil guiado “Saeer”, a leste de Jabalia, no norte de Gaza;
- Abateram um drone espião israelense, a sudeste de Gaza, com um foguete SAM-7;
- Bombardearam o quartel-general do comando de campo dos militares israelenses no sul e oeste de Gaza com morteiros;
- Alvejaram assentamentos ilegais no Envelope de Gaza com uma saraivada de foguetes;
- Alvejaram o destacamento e as posições de soldados israelenses, a sudeste do bairro de Al-Zaytoun, na cidade de Gaza, com foguetes de curto alcance;
- Abateram um soldado israelense no eixo sul de Zaytoun, na cidade de Gaza;
- Atacaram uma reunião de forças israelenses, a leste do bairro de Al-Zaytoun, na Cidade de Gaza, com morteiros calibre 60 mm;
- Travaram confrontos com as forças israelitas nos eixos da cidade de Khan Younis com armas adequadas.
A existência das Brigadas Mujahideen, somada à existência de inúmeros outros grupos armados, uns menores, outros praticamente um exército profissional, como as Brigadas al-Qassam, mostram que a luta armada contra o sionismo é uma luta de todo o povo palestino, e o apoio à Palestina contra “Israel” não pode ser separado dessa luta.